Polícia
"Minha mulher não era traficante", diz viúvo de mulher vítima de bala perdida em SG
"Eu quero saber quem foi e de onde partiu o disparo que matou a minha esposa. Não quero mais nada na minha vida: só Justiça! A minha vida acabou!", assim disse Francisco Carlos Salles, de 61 anos, viúvo de Sandra Maria, também de 61 anos, morta após ser atingida por bala perdida na tarde desta quinta-feira (5), durante um confronto entre criminosos e a Polícia Militar, no Jardim Catarina, em São Gonçalo.
Segundo o marido, que fez essa declaração na porta do Instituto Médico Legal (IML) de Tribobó, na manhã desta sexta (6), Sandra tinha medo quando tinha operações na comunidade. "Sempre antes de eu sair para o trabalho, ela preparava meu café. Eu falava: se tiver operação não vai por onde você tem costume de ir para buscar nosso neto na escola!", explicou.
Francisco é guardador de carros em Niterói. Estava no trabalho, quando recebeu a informação da morte de sua esposa. Ele conta que chegou no local e se desesperou quando viu o corpo da companheira.
"Quando eu cheguei lá e me apresentei como marido, dois policiais me ofenderam com palavras de baixo calão e ainda mandou eu sair de lá", lamentou Francisco.
Sandra era bastante querida na comunidade. "Se você chegar lá e perguntar sobre ela vai ter grandes referência da minha tia", disse Cleiton Gomes Oliveira Tavares, 33 anos, sobrinho da vítima.
O sepultamento dela acontece às 16h desta sexta (6), no Cemitério São Miguel, também em São Gonçalo.
O caso
Sandra foi morta após ser atingida por bala perdida durante uma troca de tiros entre criminosos e policiais militares no final da tarde desta quinta-feira (5), na comunidade da 39.
De acordo com testemunhas, a moradora fazia o mesmo trajeto todos os dias, sempre por volta das 16h30, para buscar os netos na escola. Ela morreu a cerca de 800 metros da unidade de ensino.
O caso segue sob investigação da Delegacia de Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG).
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