Violência

Morador morre ao ser baleado dentro de casa no RJ; família acusa PM

Nivaldo Alves, de 50 anos, comemorava aniversário do irmão

Nivaldo deixa uma filha de 19 anos. O corpo dele será sepultado nesta segunda-feira (31)
Nivaldo deixa uma filha de 19 anos. O corpo dele será sepultado nesta segunda-feira (31) |  Foto: Reprodução
 

Familiares do auxiliar de serviços gerais Nivaldo Alves de Lima, de 50 anos, afirmam que ele foi morto por policiais militares enquanto estava dentro de casa. A vítima faleceu no sábado (29), na comunidade da Chacrinha, na Zona Oeste do Rio. Antes de ser baleado, o homem estava tomando cerveja com a família. 

A irmã dele Lucilene Alves de Lima, de 42 anos, disse que havia uma comemoração de aniversário de um outro irmão deles. No momento em que foi atingido, todos se preparavam para dormir, por volta de 0h.

Nivaldo deixa uma filha de 19 anos. O corpo será sepultado nesta segunda-feira (31), por volta das 12h30, no Cemitério de Inhaúma. 

"A gente tomou nossa cerveja e estava se preparando para dormir. Ele foi pra varanda fumar e depois foi ao banheiro. Quando eu deitei, meu outro irmão bateu na minha porta e falou que ele tinha sido baleado. Quando eu olhei no banheiro, ele já estava morto", narrou a irmã Lucilene ao ENFOCO.

Ao saber do caso, Lucilene Alves de Lima disse que se desesperou.

"Eu desci a comunidade gritando, vi o caveirão da PM que estava próximo de casa e sei que foram eles. Saí de casa, desci a rua e gritei que eles mataram meu irmão. Eles simplesmente foram embora e até hoje não tive resposta de nada. O sofrimento quem carrega somos nós”, afirmou ela. 

A auxiliar administrativa ainda informou que ela e o irmão moravam juntos e cuidavam de uma outra irmã, que foi diagnosticada com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

“Quem vai me ajudar agora? Quero saber. Eu não sei nem como vou levantar, não tenho mais forças, perdi três pessoas da minha família, com ele a quarta. Ele não era bandido. Trabalhava há 13 anos em um hotel em Freguesia de Jacarepaguá e estava de férias, ia voltar agora após ser promovido para recepcionista. Ele nunca teve envolvimento com nada, moramos na comunidade há 31 anos e isso nunca havia acontecido”, contou. Segundo ela, não havia nenhuma operação em andamento na comunidade na hora do ocorrido. 

Nivaldo morreu com dois tiros: um no ombro e outro no tórax, segundo a família. 

“Tá lá na parede do meu banheiro, quem for lá em casa vê. O carro da PM estava em um campo de futebol ali perto e logo depois ele foi baleado. Ele foi atingido primeiro no ombro. Minha sobrinha de 11 anos viu tudo e está destruída. Estamos todos destruídos. Queremos uma resposta. Meu irmão morreu com as mãos na calça, nem xixi ele fez, foi alvejado na hora. Assim que ele foi atingido no ombro, ele gritou que havia sido baleado. O segundo, no tórax, que o matou. Ele morreu na hora”, contou ela.

Nivaldo foi socorrido pelos bombeiros e chegou a ser levado para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Mas, como a irmã contou, ele já deixou o local morto. 

“Vou fazer justiça pelo meu irmão e vamos conseguir porque ele merece. A comunidade inteira está chocada e, depois do enterro dele, faremos um protesto hoje, sem violência, queremos apenas ser ouvidos”, contou. 

O que diz a polícia

Questionada sobre a denúncia, a Polícia Militar informou que “na madrugada deste sábado (29), um homem deu entrada no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra, atingido por disparos de arma de fogo. A vítima, que teria sido atingida na Comunidade da Chacrinha, não resistiu. Equipes do 31° BPM (Recreio dos Bandeirantes) estiveram no local e a Polícia Civil foi acionada para investigar as circunstâncias do fato”. 

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) instaurou inquérito para apurar a morte de Nivaldo Alves de Lima, de 50 anos. Em nota, a Polícia Civil disse que "diligências estão em andamento para esclarecer o caso".

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