Tristeza

Morre menina de 3 anos baleada na cabeça no Arco Metropolitano

Tiro foi disparado em abordagem da PRF

Heloísa estava internada em estado grave desde o dia 7 de setembro
Heloísa estava internada em estado grave desde o dia 7 de setembro |  Foto: Reprodução
 

A menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, morreu na manhã deste sábado (16), após apresentar piora clínica. Ela foi atingida por um tiro na cabeça durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Heloísa estava internada desde o dia 7 de setembro, no hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Não há informação sobre o velório e sepultamento.

A menina precisou ser entubada no Centro de Terapia Intensiva. Ela teve perfuração na região cervical esquerda, lesão no couro cabeludo e na região occipital esquerda amolecida (osso na parte de trás da cabeça).

O pai da criança, William da Silva, contou que dirigia pelo Arco Metropolitano – via expressa que liga cidades da região metropolitana do Rio – quando seu veículo foi alvejado por tiros disparados de uma viatura da PRF. Estavam no carro da família a mãe da menina, uma irmã de Heloísa e uma tia.  

O pai disse que não recebeu ordem de parada, e o carro foi atingido quando estava se preparando para estacionar, ao perceber que a viatura estava muito perto dele. A menina foi levada para o hospital pela PRF. Ela chegou com perfurações no crânio, pescoço e ombro.  

“Uma viatura da PRF viu a gente passando e veio atrás. Nessa que eles vieram atrás, até então, não deram sinal para parar, mas estavam muito perto do meu carro. Eu dei a seta e parei, só que nessa que eu parei, eles efetuaram vários disparos, e um pegou na minha filha”, contou.

Em nota, a PRF disse que "solidarizamo-nos com os familiares, neste momento de dor, e expressamos as mais sinceras condolências pela perda".

A Polícia Rodoviária Federal, através da Comissão de Direitos Humanos, diz que segue acompanhando a família para acolhimento e apoio psicológico.

MPF

O Ministério Público Federal abriu investigação para apurar a abordagem da Polícia Rodoviária Federal. O procurador Eduardo Santos de Oliveira Benones, que coordena o controle externo da atividade policial, requisitou à PRF que os três agentes que estavam na viatura fiquem afastados de suas funções por 30 dias e que as armas dos três sejam apreendidas.

Benones quer saber qual o tipo de assistência que a Polícia Rodoviária Federal está prestando à família da criança e pede, ainda, que o Ministério Público Federal tenha acesso ao procedimento administrativo instaurado para apurar o caso pela Corregedoria da Superintendência da PRF no Rio de Janeiro.

PRF

A PRF informou na última sexta-feira (8) que três policiais envolvidos no caso foram preventivamente afastados das funções operacionais, "inclusive para atendimento e avaliação psicológica". A instituição se solidarizou com a família da vítima.  

O caso foi registrado inicialmente na 48ª Delegacia da Polícia Civil (DP) e depois encaminhado para a Polícia Federal. A arma do policial que efetuou o disparo foi apreendida.

De acordo com informações da TV Globo, em depoimento na 48ª DP, o policial rodoviário Fabiano Menacho Ferreira assumiu ter disparado contra o carro após ter ouvido um barulho semelhante a tiro.

Ele disse que a viatura começou a perseguir o veículo da família após constatarem que era roubado. William da Silva afirmou que comprou o automóvel de um amigo e não sabia que era fruto de roubo.

Pela rede social X (antigo Twitter), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flavio Dino, solicitou esclarecimentos e providências à PRF. Dino afirmou que vai acelerar a revisão de doutrina policial e manuais de procedimento na PRF. 

Com Agência Brasil

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