Feminicídio

Morta no Morro do Estado tinha histórico de agressão, diz família

Parentes alegam que previam fim trágico de relacionamento

Vivian Ferreira Fraga tinha 46 anos e era conhecida na região onde morava
Vivian Ferreira Fraga tinha 46 anos e era conhecida na região onde morava |  Foto: Arquivo Pessoal
 

A vendedora ambulante Vivian Ferreira Fraga, de 46 anos, que teria sido morta pelo companheiro no Morro do Estado, em Niterói, nesta terça-feira (7), era agredida constantemente por Cosme Edecy de Sousa Queiroz, principal acusado pelo crime, segundo relatos da família.

Ele foi preso e já passou a primeira noite na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), que instaurou inquérito para apurar a morte da vítima.

Ele fazia ela usar drogas, beber, iludia ela, tinha ciúmes, batia, prendia o dinheiro dela familiar, anônima
  

Leia+: Mulher é encontrada morta e sem roupas em comunidade de Niterói

A Polícia Civil fez a perícia na casa de Vivian, e agentes realizam outras diligências para apurar a autoria do crime. O corpo da Vivian foi enterrado às 17h desta quarta-feira (8) no Cemitério do Maruí, no Barreto, Zona Norte da cidade. 

"A gente sentia o comportamento agressivo dele. Ele tinha muito ciúme, batia nela, prendia o dinheiro dela, obrigava ela a usar drogas, mantinha ela em cárcere privado. Ela postava fotos e não ria mais, não tinha mais aquela alegria, mas não contava nada pra gente", contou uma familiar ao ENFOCO.

Conforme o relato da parente, ninguém aceitava o relacionamento do casal, que estava junto há quatro anos. 

"Ninguém gostava dele com ela. Ninguém aceitava eles dois. Uma vez eles foram lá em casa, e ela me pediu para dormir e eu não deixei, porque ele usa muita droga e bebe muito. Ele caiu aqui de paraquedas. Ninguém sabe dele, de onde veio. Ela piorou quando conheceu ele", revelou.

Ainda de acordo com familiares, o acusado tinha o poder de manipular a vítima com falsas promessas.

"Ele iludia ela, falando que levaria para o Uruguai, para conhecer familiares. E cada rede social dele, ele tinha um endereço diferente. Ela chegou a pegar empréstimo por causa dele. Estamos muito assustados. Foi um cara que a gente recebeu nas nossas casas", continuou a familiar.

Segundo a Polícia Militar, agentes do 12° BPM (Niterói) foram acionados ao local às 12h30 desta terça-feira, na Rua Padre Anchieta. Dentro da residência, o corpo da vítima estava na cama de um dos quartos, seminu e com sinais de violência. 

Testemunhas informaram aos militares que o suspeito de ter cometido o crime, marido de Vivian, ainda estaria na comunidade. Após buscas realizadas na região, ele foi encontrado ferido e algemado por populares. 

O suspeito foi encaminhado ao Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), no Fonseca, sob custódia e em seguida preso na DH, onde prestou depoimento.

"O homem que está com a mulher morta dentro de casa, poderia tentar prestar socorro, se houve acidente ou algo assim. Mas ele não fez isso. As pessoas tiveram que arrombar a porta. Ela sempre foi guerreira, teve as coisinhas dela, trabalhou como camelô. A vida dela acabou depois que conheceu esse homem", lamentou a familiar. 

< Mortos em terremoto na Turquia e na Síria passam de 11 mil CBF divulga os primeiros 40 confrontos da Copa do Brasil <