Inquérito
Morte de cachorro em Niterói: PM que atirou e tutor indiciados
81ª DP (Itaipu) concluiu o inquérito e encaminhou ao MP
A 81ª DP (Itaipu) concluiu, nesta quinta-feira (5), o inquérito sobre a morte de Panda, um cachorro da raça american staffordshire terrier baleado no dia 25 de novembro na Praça dos Colibris, em Itaipu, na Região Oceânica de Niterói.
A policial militar que efetuou os disparos, foi indiciada por maus-tratos contra cães e gatos; enquanto o tutor de Panda, também policial militar, responderá por omissão de cautela na guarda do animal. O cachorro, inicialmente, foi tratado como sendo pitbull - como constam registros de ocorrências.
Segundo o delegado titular da 81ª DP (Itaipu), Deoclécio Assis, as evidências coletadas durante a investigação não sustentam a alegação de ataque do cachorro feita pela policial.
Uma jovem que filmava Panda momentos antes do incidente relatou que o cão se aproximou de forma dócil e que não demonstrava sinais de ataque.
Além disso, vizinhos reforçaram que não ouviram latidos ou rosnados, comportamento esperado em casos de agressividade canina.
"Coletamos o depoimento de uma pessoa que vem andando na rua, filmando o cachorro que estava solto andando na calçada. Ela veio filmando e falando: ‘ah, esse cachorro parece que está perdido, ele é mansinho ele já veio aqui e me cheirou’. Ela veio andando atrás do cachorro e filmando, ou seja, esse depoimento é extremamente contundente que o cachorro era dócil e não partia para ataques de pessoas na rua. Esse é o primeiro ponto", revelou o delegado Deoclécio Assis, ao ENFOCO.
A acusada, no entanto, afirmou em depoimento que Panda estava solto, em estado de excitação e agressivo, e que atirou para proteger ela e sua cadela labradora. Entretanto, imagens registradas por testemunhas e depoimentos contradizem essa versão.
Durante depoimento, o tutor de Panda admitiu que o portão da residência travou, permitindo que o cão escapasse. Apesar disso, ele ressaltou o caráter dócil do animal, que vivia em harmonia com crianças e outros animais.
"As outras testemunhas que tiveram contato com o cachorro, a menina de um hotel para cachorro, [todos] disseram que ele era dócil. O cachorro já foi exposto em feira de adoção, as pessoas estranhas vindo, botando a mão. Nessa outra imagem na feira de adoção, ele está cercado junto com outro cachorro. O cachorro era dócil. Todas as pessoas que conviviam com o cachorro, o relato era que o cachorro era doce. E por fim, uma imagem que a gente consegue da policial que atirou, saindo depois do evento com a labradora dela, ela andando em ânimo calmo e refletido, a labradora abanando o rabo, então quer dizer, não tinha nenhuma conotação de que o cachorro tivesse partido pra cima da cadela dela", enfatizou o delegado.
O inquérito foi enviado ao Ministério Público, que agora decidirá se vai oferecer denúncia contra a policial militar que atirou.
Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!