Violência

Motorista de aplicativo é encontrado morto na Zona Norte do Rio

Corpo de Alberto de Oliveira foi enterrado nesta sexta (7)

O motorista era aposentado e trabalhava há mais de dois anos como motorista para completar a renda em casa
O motorista era aposentado e trabalhava há mais de dois anos como motorista para completar a renda em casa |  Foto: Reprodução
 

Familiares do motorista de aplicativo Alberto de Oliveira Gomes, de 68 anos, ainda buscam entender o que aconteceu com o aposentado. Ele desapareceu na Baixada Fluminense no final do mês passado e foi encontrado morto na Estrada das Paineiras, no Parque Nacional da Tijuca, na última sexta-feira (30), sem documentos. 

Parentes estiveram no Instituto Médico Legal no Centro do Rio para a liberação do corpo do idoso na manhã desta sexta-feira (7). Ele foi sepultado às 11h15, no Cemitério de Inhaúma. 

Filho acusa a Polícia Militar de negligência, já que, segundo ele, PMs chegaram ao local antes e isolaram a área, mas saíram em seguida
  

Alberto Junior, de 33 anos, um dos quatro filhos do motorista, conversou com o ENFOCO sobre o caso. Segundo o homem, a última vez que o pai foi visto foi no dia 26 de setembro, por volta das 18h. 

"No dia 30, encontraram o carro dele no Alto da Boa Vista, e conseguiram contato da minha sobrinha. Nós fomos em busca do carro, quando minha madrasta chegou lá, o carro não estava mais no local. O carro tinha desaparecido", afirmou. 

O filho acusa a Polícia Militar de negligência, já que, segundo ele, PMs chegaram ao local antes e isolaram a área, mas saíram em seguida. Ele explicou que o carro estava com a chave na ignição e desapareceu antes dos familiares chegarem na área informada. 

"Eles acharam o carro, estava lá desde o dia 26, a gente tem a informação que os bombeiros entraram em contato com a polícia, eles foram até o carro, isolaram a área. O carro foi encontrado intacto, com a chave na ignição. Sendo que o parecer que a Polícia Civil passa para a gente é que eles [policiais militares] tinham que permanecer no carro até chegar a perícia e não foi feito isso", contou.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que, de acordo o Comando do 6º BPM (Tijuca), na sexta-feira (30) uma equipe policial fazia patrulhamento de rotina pela estrada da Vista Chinesa, no bairro Alto da Boa Vista, quando observaram um veículo suspeito abandonado.

E que na tentativa de averiguação do veículo, os policiais militares dirigiram-se à 19ª DP, onde não foi constatado nenhum registro. A nota esclarece que na sequência dos fatos, retornaram e não encontraram o automóvel no local.

Conforme a PM, buscas junto à Secretaria de Ordem Pública da Prefeitura do Rio, indicaram que o carro encontrava-se custodiado no pátio público, no bairro de São Cristóvão, na Zona Norte.

A Polícia Civil contou que as investigações continuam na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) para esclarecer os fatos.

Mistério

O filho também informou que o carro do pai foi localizado somente nesta quinta-feira (6), em um depósito de São Cristóvão, na Zona Norte da cidade do Rio. Ele acredita que tenha sido rebocado por equipes da prefeitura do Rio.

A Gerência de Fiscalização de Estacionamento e Reboques disse que realizou a remoção do carro no dia 30, uma vez que estava estacionado sobre divisores de pista de rolamento e marca de canalização. A autarquia reforçou que não havia sinal de que o veículo estava sob perícia, justificando o procedimento.

"Não havia nenhuma identificação que o automóvel estava sob perícia ou algum agente no local salvaguardando veículo, além disso a Prefeitura não foi sinalizada sobre a referida ocorrência. O carro encontra-se no pátio da Secretaria de Ordem Pública [Seop Rio], em São Cristóvão", esclareceu a Seop Rio em nota.

Na última vez em que o aplicativo localizava Alberto, ele estava passando pela Rodovia Presidente Dutra, entre Nova Iguaçu e Belford Roxo, na Baixada Fluminense. 

O filho da vítima esclareceu ainda uma informação sobre o fato do corpo do pai estar com uma das mãos amputadas.

"Não procede. A mão foi retirada para hidratar no IML, porque não estavam conseguindo tirar a digital dele. O corpo já estava em decomposição", informou.

O motorista era aposentado e trabalhava há mais de dois anos como motorista para completar a renda em casa. "Ele só rodava na Baixada, não temos nem essa noção de como foi encontrado no Alto da Boa Vista, não gostava de rodar na cidade", concluiu.

Por meio de nota, a Uber informou que lamenta o caso e que espera que as autoridades identifiquem os responsáveis o mais rapidamente possível. A empresa diz que permanece à disposição dos órgãos de segurança para colaborar com as investigações. 

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