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    Estelionatário

    MP vai pedir reabertura de processo contra deputado eleito nos EUA

    Ele teria comprado sapatos com cheques roubados em Niterói

    Publicado 03/01/2023 às 16:54 | Atualizado em 04/01/2023 às 8:32 | Autor: Agnes Aguiar
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    Santos negou todas as acusações
    Santos negou todas as acusações |  Foto: Reprodução/Facebook

    O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) informou que irá pedir a reabertura do processo contra o deputado norte-americano George Santos, filho de brasileiros, que tramita na 2ª Vara Criminal de Niterói. Ele é réu por suspeita de crime de estelionato em Niterói, em 2008.

    Santos é acusado de ter comprado sapatos no nome de uma pessoa que já tinha morrido. Na época, com 19 anos, Santos assumiu o crime, porém o processo ficou suspenso desde 2013, pois ele nunca mais respondeu aos questionamentos da Justiça Fluminense.

    O parlamentar eleito nos Estados Unidos teve sua prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, no entanto o processo foi suspenso por conta da impossibilidade de localização do réu. Devido à suspensão do processo, a prescrição do crime também foi impedida de acordo com a legislação brasileira. 

    Segundo a nota emitida pelo MP, no próximo dia 6, depois do recesso do Tribunal de Justiça, os promotores informarão sobre o processo para George Santos, que após ser eleito deputado nos Estados Unidos, passou a ter endereço fixo. Com isso o MP irá solicitar uma expedição de uma carta rogatória (instrumento jurídico de cooperação entre dois países) para citação do réu e andamento regular do processo. 

    CONFISSÃO DE MENTIRA 

    Além da acusação de estelionato, George Santos confessou ter mentido na campanha para deputado federal nos EUA. Filho de uma faxineira e de um pintor que emigraram do Brasil para os Estados Unidos, George Santos foi um dos mais jovens parlamentares eleitos para o Congresso americano e o primeiro republicano abertamente gay eleito, em novembro do ano passado, para a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos. 

    Em sua campanha eleitoral, ele informou que se formou na Faculdade Baruch, em Nova Iorque e, além disso, teria trabalhado no Goldman Sachs e no Citibank e que sua fortuna provinha das das 13 propriedades que possuí. 

    No entanto, durante uma investigação feita pelo jornal The New York Times, em dezembro, foi revelado que a história não era verdadeira. No dia 26 do mesmo mês, Santos quebrou o silêncio e revelou durante uma entrevista para a imprensa norte-americana que nunca cursou uma universidade e também não trabalhou em grandes bancos e muito menos possui propriedades.

    Para o site City and State New York, ele disse: “Eu embelezei meu currículo? Sim, e eu me arrependi, mas eu não sou uma fraude”.

    Além disso, o deputado negou ter cometido qualquer crime no Brasil ou nos Estados Unidos. Santos ajudou a oposição republicana a retornar o controle da Câmara dos Deputados, porém sua vitória histórica em um distrito democrata no estado de Nova York é posta à prova. Os líderes do partido de Santos se mantêm distante. Já os parlamentares democratas pedem uma investigação e também a renúncia dele. George Santos já afirmou, porém, que não vai renunciar.

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