Buquê comprado
Mulher morta na Avenida Brasil iria se casar no próximo mês
Sepultamento do corpo aconteceu em cemitério de Itaboraí
A comerciante Elaine Esteves, de 39 anos, morta com tiro nas costas após colisão do carro dirigido pelo marido contra uma viatura da Polícia Civil, na Avenida Brasil, no Rio, na madrugada do último domingo (11), já tinha comprado o buquê para oficializar a união de 11 anos com Carlos André de Almeida, 47, no próximo mês quando completaria 40 anos. A família pediu justiça para caso durante o sepultamento do corpo na tarde desta segunda (12), no Cemitério Parque da Paz, em Itaboraí, Região Metropolitana do Rio.
"Quero justiça pela minha filha. Nunca mais vou vê-la por causa de policiais despreparados. Eles têm que pagar pelo que fizeram. Nossa família foi destruída e agora eu quero que o responsável seja preso”, disse Rosângela da Silva Esteves.
Leia +: Enterro de mulher baleada na Avenida Brasil será em Itaboraí
Leia +: Mulher leva tiro após ser perseguida e morre, na Avenida Brasil
O pai da vítima, Wilson da Silveira Duarte, também pediu esclarecimentos às autoridades.
Queria que esses agentes pudessem nos proteger mais ao invés de ceifar vidas inocentes. Uma situação dessa não pode sair impune. A gente sabe que o Rio está em guerra e é muito perigoso, mas minha filha foi morta por quem deveria nos proteger.
Carlos André confirmou que os policiais nem chegaram a abordá-los e deram quatro tiros em direção ao carro em que estava com a esposa.
"Eles atiraram para matar. Nem esperaram pra saber quem a gente era e me jogaram no chão, mandaram a gente por a mão na cabeça. E aí minha esposa pediu ajuda e disse que estava passando mal. Quando ela estava deitada no chão, vi a mancha de sangue e percebi que ela estava desmaiando, perdendo forças”, contou Carlos muito abalado.
O advogado de família, Bruno Vergílio, falou sobre o andamento das investigações.
“Estive da Delegacia de Homicídios e falei com o delegado responsável. Esperamos que os dois inquéritos sejam iniciados: um para entender essa conduta dos policiais e outra sobre o motorista do outro veículo, que agiu daquela forma com o Carlos”, disse o advogado.
Bruno finalizou dizendo que seu cliente passou perícia e exames, inclusive constatando que Carlos André não estava sob efeito de álcool, e agora ele aguarda o resultado dos laudo do motorista que bateu no carro do marido de Elaine, considerando a atitude do homem como “excessiva e desproporcional”, mas reforçou que cobrará o Estado sobre os atos dos policiais.
“Vamos atrás das providências dos dois lados, do motorista e da polícia, que agiu excessivamente. Não houve abordagem, eles somente atiraram e tiraram a vida de uma mulher inocente. Não dá para reparar uma vida, então vamos cobrar atitudes do Estado para que isso não aconteça novamente”, finalizou Bruno.
O pai da vítima finalizou dizendo que foi a segunda vez que passou por esse sofrimento, visto que seu sobrinho também foi morto há cinco anos atrás em uma tentativa de assalto.
Após o sepultamento, André pediu uma salva de palmas e se declarou pra a esposa. “Obrigado por tudo, meu amor! Você vai morar para sempre no meu coração e na minha memória. Eu te amo!".
Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!