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    Dor

    Mulher morta no Alemão era conhecida por vender quentinhas

    Família diz estar sem chão

    Publicado 22/07/2022 às 13:59 | Atualizado em 22/07/2022 às 14:13 | Autor: Manuela Carvalho
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    Imagem ilustrativa da imagem Mulher morta no Alemão era conhecida por vender quentinhas
    |  Foto: Arquivo Pessoal
    Família esteve no IML para liberação de corpo nesta sexta-feira (22)
    Família esteve no IML para liberação de corpo nesta sexta-feira (22) |  Foto: Lucas Alvarenga

    Familiares da cozinheira Letícia Marinho Sales, de 50 anos, morta durante confronto entre a polícia e criminosos no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, liberaram o corpo da vítima no Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto, no Centro, na manhã desta sexta-feira (22).

    A mulher foi atingida por tiro nesta quinta-feira (21). Ela não morava no conjunto de favelas. Letícia ajudava a pastora da igreja que frequentava na região. Foi quando retornava para casa que, segundo o relato da filha Jennifer Sales, um policial teria disparado contra o carro em que a mãe estava. 

    Mãe de três filhos e avó de três netas, a cozinheira era conhecida por ser sempre solícita aos mais próximos. Além de fazer costuras de roupas e vender quentinhas, Letícia trabalhava desde muito nova e a família diz agora estar sem chão. 

    "É isso que o governador tem para a gente? Entrar e matar? Toda vez ele vai mandar matar? A Polícia do Rio de Janeiro está aprendendo o quê? A matar um trabalhador?", disparou a filha Jéssica Sales.

    A filha Jennifer Sales disse que a mãe foi 'covardemente alvejada'. Ela chorou nos braços de familiares
    A filha Jennifer Sales disse que a mãe foi 'covardemente alvejada'. Ela chorou nos braços de familiares |  Foto: Lucas Alvarenga

    Segundo a outra filha, Jennifer Sales, os parentes estão tendo que lidar com duas perdas recentes. É que a avó dela, e mãe de Letícia, morreu há 12 dias.

    "Esse momento, para mim, é só de dor, revolta e injustiça com o que fizeram com a minha mãe, uma mulher de 50 anos que prezava tanto pela justiça e foi covardemente alvejada, sem transmitir nenhum tipo de perigo para aqueles policiais naquele momento. Ela não fez nada, simplesmente estava dentro de um carro, seguindo para casa, onde ela morava, e aconteceu essa fatalidade, essa covardia", disse.

    O sobrinho de Letícia, Neilson Sales, relembra que o pai da tia morta também era militar. Ele criticou a corporação. "Tem que aparecer o culpado, os responsáveis, foi um despreparo, uma fatalidade. Filha de PM morreu na mão de PM", lamentou o homem. 

    Letícia Marinho Sales tinha 50 anos. Ela deixa filhos e netas
    Letícia Marinho Sales tinha 50 anos. Ela deixa filhos e netas |  Foto: Arquivo Pessoal

    Letícia foi baleada dentro do veículo modelo Fiat Siena, de cor prata, conduzido pelo seu namorado, na Estrada do Itararé, principal via da região. A Polícia Militar foi questionada sobre as acusações mas ainda não retornou. 

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