Polícia
"Não deixaram ele lutar", diz irmã de ativista morto em Maricá
"Eles não deixaram meu irmão lutar pela vida, já chegaram atirando. Meu irmão era estudioso e trabalhador. Quando ele foi rendido pelos criminosos, ele chegou a falar que não tinha envolvimento nenhum com o tráfico, mas eles não quiseram saber e atiraram nele e no meu primo".
Esse foi o desabafo da jovem Neykiane dos Santos, irmã das vítimas do ataque que resultou na morte do ativista Lucas dos Santos, 26 anos, e deixou Michel dos Santos, de 30 anos, baleado. O caso aconteceu na noite de domingo (3), na Comunidade da Linha, em São José do Imbassaí, Maricá.
O sepultamento do jovem aconteceu na manhã desta terça-feira (5), no Cemitério Municipal de Maricá, no centro da cidade. Cerca de 50 pessoas, entre amigos e familiares, prestaram as últimas homenagens. A Rua Soares de Souza, uma das principais da região, teve parte do trecho interditado por conta de um protesto pacífico que aconteceu antes do enterro.
"Lucas não será estatística, não será número, ele tem nome, endereço e família. Ele não era marginal, era trabalhador, ativista, estudante e lutava por uma vida melhor. Por que nós precisamos chorar a vida dos nossos familiares dessa forma? Queremos mais do que os direitos humanos, queremos o direito de viver", disse Cláudia Vitalino, presidente da Unegro-RJ.
O ativista estava há cinco anos na União de Negras e Negros pela igualdade.
"A gente não vai descansar e nem parar, essa morte não vai ficar por isso. Queremos dialogar e frear a violência em Maricá", disse Monica Gorjão, da Unegro de Maricá.
Lucas era o único filho homem e deixa quatro irmãs.
Segundo familiares, o primo Michel recebeu alta na manhã desta terça (5), mas não pôde comparecer ao sepultamento por conta dos ferimentos.
O caso segue sob investigação da Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG).
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