Despedida

'Não era bandido', garante irmã em enterro de vendedor no Rio

Jovem foi morto durante ação da PM na Pavuna, Baixada Fluminense

Familiares de despedem da vítima
Familiares de despedem da vítima |  Foto: Marcelo Tavares
  

O corpo do vendedor de doces Vanderson Gomes, de 20 anos, foi velado no início da tarde desta quinta-feira (15) no Cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio. Cerca de 60 pessoas, entre amigos e familiares, prestaram as últimas homenagens ao jovem, que morreu na segunda-feira (12) após ter sido baleado durante uma ação da Polícia Militar na comunidade Beira Rio, na Pavuna

O sepultamento do jovem foi marcado no mesmo dia em que ele iria se formar na escola onde estudava. O evento, inclusive, foi cancelado, conforme explicar Beatriz Gomes, irmão de Vanderson. 

A formatura foi cancelada, nem a professora teve condições de ir na escola. Meu irmão fazia de tudo para se formar. Não adianta falar que meu irmão era bandido porque ele não era. O estado foi genocida e matou um estudante Beatriz Gomes, irmã da vítima
  

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Alguns familiares vestiam blusas brancas, com mensagens de carinho em memória do jovem. Uma faixa também foi usada com a palavra Luto. 

Regina Gomes, mãe de Vanderson, relatou os últimos momentos que passou ao lado do filho e questionou a demora dos policiais para socorrer o jovem.

"Os polícias não queriam deixar eu entrar na viatura para socorrer meu filho, eles deram tiro para cima, mas mesmo assim eu não saí da viatura. Os policiais foram obrigados a me levar. Durante o trajeto, meu filho gritava muito de dor, eu falava para ele aguentar e pedia para ele fazer um propósito com Deus. Ele perguntava onde era o hospital porque estava demorando  muito para chegar. Os policiais deram várias voltas antes de chegar no hospital", contou.

A família alega que Vanderson morreu antes de dar entrada no Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, na Zona Norte.

Segundo a Polícia Militar, houve uma operação na região e um suspeito tinha sido baleado. Com ele, os policiais apreenderam drogas e uma arma.

A família contesta a versão divulgada pela PM e diz que o jovem não tinha envolvimento com crime.
  

Na noite de segunda, um grupo com cerca de 60 moradores realizaram um protesto na Via Dutra, que chegou a ser interditada, com lixo que foi incendiado sobre a via.

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