Relato

'Não foi por impulso', diz acusado de sequestrar menina de 12 anos

Eduardo conta que pagou R$ 4 mil para motorista 'por fora'

Homem esperou ela sair de casa para sequestrar a menina de 12 anos
Homem esperou ela sair de casa para sequestrar a menina de 12 anos |  Foto: Reprodução

O suspeito de sequestrar e trancar uma menina de 12 anos, a levando do Rio de Janeiro para um quitinete no Maranhão, afirmou em uma entrevista exclusiva ao portal “G1” que contratou um motorista “por fora”, não usando nenhum aplicativo de viagem entre estados.

De acordo com o suspeito Eduardo da Silva Noronha, de 25 anos, o motorista foi encontrado por ele após uma pesquisa na internet. O acordo entre eles foi firmado assim que Eduardo chegou ao Rio de Janeiro.

Durante a conversa entre Noronha e o motorista, o suspeito afirmou que pediu o orçamento para a corrida de carro do Rio a São Luís. Ainda segundo Eduardo, o motorista cobrou R$ 4 mil pela viagem e durante todo o percurso ele teria usado o GPS para conseguir se localizar e, em momento algum, questionou qual era a relação entre o suspeito e a menina.

Ao “G1” Eduardo afirmou ainda: "Fiquei esperando até dar o momento certo de ir buscar ela na escola, não foi por um impulso. A gente se encontrou na frente da escola, chamei o motorista, paguei os R$ 4 mil e a gente veio de 'boa'. Ele [motorista] já era acostumado a viajar para outros estados. Eu cheguei, estava com o dinheiro em mãos, tinha entrado em contato com ele dois dias antes e pedi para ele me informar o valor. Quando eu entrei no carro, já passei para ele a metade e assim que a gente chegou até aqui [São Luís], eu passei o resto. Mas foi tudo de 'boa', a gente veio tranquilamente".

De acordo com a Polícia Civil, Eduardo aliciava a menina por conversas na internet há dois anos quando, na época, ela tinha 10 anos.  Os policiais afirmaram que a jovem conseguiu enviar um mensagem para a irmã e esse foi um dos indícios que ajudaram a polícia do Maranhão a localizá-la. 

A menina desapareceu no dia 6 de março e foi encontrada na última terça-feira (14), no bairro Divinéia, na periferia de São Luís.

O suspeito negou a versão dada pela Polícia Civil do Maranhão (PC-MA), na qual os agentes afirmaram que Eduardo colocou um aplicativo espião no celular dele para monitorar tudo que ela fazia. Com isso, a menina só possuía acesso ao celular do suspeito.

"Isso, essas coisas de aplicativo, nunca foi verdade. A única coisa que eu tinha acesso ao celular dela era o Instagram, porque tinham muitos seguidores. Peguei, deixei meu celular com ela, para deixar ela jogar 'Free Fire', o celular dela era mais simples e eu dei o meu com ela para isso", explicou o suspeito em entrevista ao “G1”.

Eduardo explicou ainda que a menina não possuía acesso à internet no celular e, por isso, ele passou a rotear a conexão do aparelho dele para o dela e ainda afirmou que a garota tinha as redes sociais ligadas nos dois telefones.

"O celular dela não tinha internet e eu roteava a minha [do celular] para ela. O celular dela não era muito bom, ele travava muito e chegou um ponto que chegou tanta mensagem, que ela não conseguia se comunicar com ninguém. Eu deixava meu celular com ela para que ela ficasse jogando. As redes sociais dela ficavam logadas no meu e no celular dela", pontuou.

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