Entrevista exclusiva

Novo comandante do 12°BPM revela como enfrentará o crime em Niterói

Coronel Oliveira já mapeou as áreas mais inseguras

Coronel Leonardo Ribeiro de Oliveira, comandante do 12° BPM
Coronel Leonardo Ribeiro de Oliveira, comandante do 12° BPM |  Foto: Karina Cruz

A alta de furtos ainda é problema em Niterói e Maricá, na Região Metropolitana do Rio. De janeiro a março deste ano, foram 2.170 registros desse tipo de crime. No comparativo do mesmo período do ano passado, foram 1.891  — ou seja, 279 casos a mais. Um aumento de 14,8%, na variação.

Sob nova direção, o 12° Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo patrulhamento ostensivo nas duas cidades, agora está nas mãos do coronel Leonardo Ribeiro de Oliveira. O novo comandante assumiu o cargo no último dia 30 de abril e, agora, carrega a responsabilidade de chefiar os agentes que garantem a segurança pública.

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Em entrevista exclusiva ao ENFOCO, o coronel detalhou como tem sido os primeiros dias no comando da unidade e quais os desafios vem enfrentando. 

"Em oito dias de comando, nós percebemos as movimentações, fizemos análise de inteligência das comunidades e das aflições da população de Niterói e de Maricá. Estamos fazendo o realinhamento operacional, estudando o que vem acontecendo em cada rua e bairro", pontua. 

O que nós percebemos são as aflições em termos de população em situação de rua. Estamos com várias prisões já por furto de fio, de chocolate, de produtos e lojas, algumas agressões. Estamos intensificando as abordagens em veículos e pessoas Coronel Leonardo Ribeiro de Oliveira, comandante do 12º BPM (Niterói)

Aumento no crime

Cidade enfrenta um aumento em furtos e crimes violentos letais e intencionais
Cidade enfrenta um aumento em furtos e crimes violentos letais e intencionais |  Foto: Karina Cruz

O coronel Oliveira chega em um momento tenso na cidade de Niterói. De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP), houve um aumento no número de furtos e crimes violentos letais e intencionais na cidade.

Além do latrocínio, são considerados crimes violentos letais intencionais o homicídio doloso, aquele em que há intenção de matar, feminicídio e lesão corporal seguida de morte.

Foram 23 ocorrências, de janeiro a março deste ano, contra 17 na mesma temporada do ano passado, uma adição de seis casos, revela o ISP.

"Do dia 1° [de abril] ao dia 8, nós só tivemos um caso de homicídio doloso e estamos, realmente, desenvolvendo um trabalho preventivo nos locais com maiores incidências de homicídio, para que a gente consiga frear esse indicador e atingir as metas estabelecidas pelo ISP", explica o comandante. 

Pontos estratégicos

Segundo o novo comandante, o Batalhão de Niterói já identificou pontos mais críticos que precisam de um patrulhamento maior, como a região do Viradouro, da Grota e do Fonseca, nas zonas sul e norte da cidade, onde os índices de homicídios dolosos são maiores. As informações foram concedidas durante presença no Conselho Comunitário de Segurança.

Coronel já serve à corporação há 28 anos
Coronel já serve à corporação há 28 anos |  Foto: Karina Cruz

"No primeiro dia de trabalho a gente já faz uma análise desses lugares com históricos de homicídio e outros indicadores de criminalidade. Já furto, temos muitas incidências aqui no Centro de Niterói, em Icaraí, São Francisco e Região Oceânica", diz. 

Batalhão em Maricá

Em outubro do ano passado, o ENFOCO entrevistou o então comandante do 12° BPM, o tenente-coronel Aristheu de Góes Lopes, sobre o andamento de um Batalhão da PM em Maricá. Atualmente, Aristheu está no comando do Batalhão de Operações Especiais (Bope). 

Foi assinado um protocolo de intenções para a instalação, após o município apresentar a proposta à Secretaria de Estado de Polícia Militar.

A unidade será erguida às margens da RJ-106.

"Existe uma comissão de estudo, que está fazendo as análises para colocar em prática esse projeto. Eu vou fazer ainda uma visita ao município de Maricá para me inteirar melhor sobre esse projeto, o efetivo e como que vai ser desenvolvida a instalação da Companhia Independente de Polícia Militar em Maricá", conta coronel Oliveira. 

Comando 'do povo'

Coronel planeja um comando participativo
Coronel planeja um comando participativo |  Foto: Péricles Cutrim

Comandar não é novidade para o coronel Oliveira. Ele já serve à corporação há 28 anos e tem passagens por outros batalhões em Magé, na Baixada Fluminense, e na Região dos Lagos, onde assumiu o comando do 25º BPM de Cabo Frio.

"Estamos planejando trabalhar de forma bem participativa, estabelecendo parcerias com a sociedade civil de forma, realmente, a construir o melhor policiamento ostensivo que a polícia possa proporcionar com nossos recursos, para a população de Niterói e Maricá", finaliza.  

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