Tensão

Número de mortos na Vila Cruzeiro sobe para 25

Clima na região ainda é tenso e escolas seguem fechadas

A PM continua nesta quarta-feira (25) com o policiamento na região
A PM continua nesta quarta-feira (25) com o policiamento na região |  Foto: Marcelo Tavares
 

Subiu para 25 o número de mortos na operação policial na Vila Cruzeiro, na Penha, Zona Norte do Rio, realizada nesta terça-feira (24). A Secretaria Estadual de Saúde confirmou a morte de dois homens que eram tratados como suspeitos de envolvimento no confronto na comunidade. Ambos estavam internados no  Hospital Estadual Getúlio Vargas (HEGV). As escolas da rede municipal seguem fechadas na comunidade. 

Outro morto é um menor que deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do conjunto de favelas do Alemão, também na zona norte. De acordo com a direção da unidade, ele chegou ao local carreado por populares e acabou não resistindo. O corpo foi encaminhado direto para o Instituto Médico Legal (IML).

Vítima do confronto, a cabeleireira Gabrielle Ferreira da Cunha, de 41 anos, foi enterrada nesta quarta no Cemitério do Caju, na Zona Portuária. Ela estava dentro de uma casa, na comunidade da Chatuba, quando foi atingida por uma bala perdida. A PM afirma que a região não foi alvo da operação. 

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, a direção do Getúlio Vargas informou que 28 pessoas foram encaminhadas à unidade. Do total, 21 chegaram mortas, duas morreram após atendimento, quatro foram internados - dois em estado grave e dois estáveis -. O hospital destacou ainda que um homem foi transferido para a Unidade de Pronto Atendimento da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária.

Segundo a secretaria, os corpos estão sendo encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML).

"Os familiares estão sendo acolhidos pela equipe médica, direção da unidade e humanização da Secretaria de Estado de Saúde. Toda assistência está sendo prestada". 

Polícia Militar

A PM continua, nesta quarta, com o policiamento reforçado na região. A Secretaria de Estado de Polícia Militar (SEPM) informou ainda que, mesmo sob forte ataque armado por parte de criminosos, os policiais conseguiram estabilizar uma área onde havia um imóvel abandonado no Bairro 13, na Vila Cruzeiro. No local, com apoio de cães farejadores do Batalhão de Ações com Cães da PM, foram encontrados entorpecentes e armas.

O material foi apresentado na delegacia da Penha (22ª DP).

Escolas

Nesta quarta-feira (25), segundo a Secretaria Municipal de Educação, por causa da instabilidade no território, 13 unidades escolares da região da Vila Cruzeiro seguem fechadas.

"É importante lembrar que a secretaria, em parceria com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, instituiu o Programa Acesso Mais Seguro em unidades localizadas em áreas de conflito", afirmou.

O objetivo do programa é "mitigar riscos por meio de protocolos que são aplicados por professores, alunos e toda a comunidade escolar em situações de risco. Sempre que há uma situação de risco o protocolo é acionado".

Saúde

As unidades municipais de saúde da região estão funcionando normalmente. Na terça, as cinco unidades de Atenção Primária que atendem o conjunto de favelas e proximidades funcionaram ao longo do dia para atendimento à população em consultas agendadas. "Apenas as atividades externas no território, como as visitas domiciliares, foram suspensas por segurança", completou.

Em uma postagem no seu perfil no Twitter, o governador do Rio, Cláudio Castro, defendeu a operação. "Quem aponta uma arma contra a polícia está apontando uma arma contra toda sociedade. Isso jamais vamos tolerar. Eu luto por um Rio de paz. Toda morte é lamentável, mas todos sabemos que nossas responsabilidades impõem que estejamos preparados para o confronto".

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