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    Julgamento

    'Nunca pensei em matar meu marido', diz Flordelis no tribunal

    Ex-deputada não parou de chorar em seu depoimento

    Publicado 12/11/2022 às 13:02 | Atualizado em 12/11/2022 às 16:36 | Autor: Laís Dias
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    Flordelis diz que não mandou matar o marido
    Flordelis diz que não mandou matar o marido |  Foto: Divulgação/ TJRJ

    A ex-deputada Flordelis foi a segunda ré a ser ouvida na manhã deste sábado (12) no julgamento pela morte de seu marido, o pastor Anderson do Carmo. O depoimento, que durou cerca de 40 minutos, foi marcado por muito choro.

    Ao ser questionada se sabia quem havia matado seu marido, disse que não podia acusar. "Eu não posso acusar ninguém, eu não estava no local, não posso afirmar". Segundo ela, o motivo do crime seria os supostos abusos que aconteceram na casa, inclusive contra ela, como relatou em sequência.

    Em meio a choro e soluços, Flordelis afirmou que o pastor começou os supostos abusos com ela após alguns anos de casamento, mas que não esperava que ele abusasse de outras mulheres, ainda mais dentro de sua casa. "Houve uma desconfiança com a minha filha Kelly, mas eu não acreditava que ele poderia fazer isso, por tudo que eu fazia por ele". 

    No depoimento, ela falou que os abusos só se encerraram depois que Anderson teve uma conversa com um pastor. Ela ainda relatou que o marido só sentia prazer quando a machucava durante relações sexuais.

    "Ele só parou quando o pastor Albino Santana conversou com ele. Ele não me bateu mais, foi um tempo de alívio pra mim, mas depois ele voltou a ficar agressivo na vida sexual. O meu marido só sentia prazer se me machucasse. Eu não entedia, eu achava  que era por causa dos problemas familiares que ele havia sofrido quando criança", disse.

    Flordelis disse ser muito submissa no casamento, e que por isso tentava resolver os problemas com o marido dentro de casa. "Eu aprendi isso na igreja, e minha mãe sempre foi submissa. Eu sempre tentava resolver as coisas do jeito que minha mãe me ensinava. Mas depois dessas coisas [dos abusos] ele me chamava pra deitar no peito dele e agia carinhosamente", falou a ex-deputada, acrescentando que Anderson chegou a sufocá-la com um travesseiro e que chegou a desmaiar.

    Aspas da citação
    Mataram meu marido. Metade da Flordelis morreu junto. Eu não tenho que pagar pelos erros de ninguém. Há três anos e pouco eu estou pagando por uma coisa que eu não fiz. Eu dependia dele, eu precisava dele
    Flordelis Ré
    Aspas da citação
      

    Em seu depoimento Flordelis contou um episódio com sua filha biológica, Simone Santos. "Depois da morte do meu marido, eu fui ajudar a minha filha Simone a arrumar as suas coisas para se mudar para Rio das Outras. Quando eu abri a gaveta da minha filha, as roupas íntimas eram idênticas às minhas, as calcinhas a camisola vermelha que eu não havia usado. Eu fiquei calada e fui chorar sozinha", alegou.

    Sobre o dia do crime, Flordelis repetiu o que falou em seu depoimento à polícia.

    "Nós estávamos voltando de um passeio muito bom, e ele tinha costume de ficar no telefone. Eu subi, fui ver meus filhos. Foi quando eu ouvi os tiros. Foi uma sequência, teve um segundo de pausa e depois deram os dois últimos tiros. Foi quando eu comecei a gritar por ele, e ele não respondia. Ele já havia passado por duas tentativas de assassinato na igreja".

    A ex-deputada acrescentou que não sabia sobre o envenenamento. "Meu marido pouco comia em casa, ele comia muito mais fora de casa. E uma das manias dele era colocar a própria comida. Eu cuidava dele até ele morrer", disse. "Eu jamais me vi sem Anderson do Carmo. Está sendo muito difícil, eu era dependente dele."

    Em sua fala final, Flordelis negou que tenha arquitetado a morte de Anderson. "Eu só queria dizer que eu não, em momento algum eu mandei ou pensei em matar o meu marido. Eu estou na cadeia hoje pagando por algo que eu não fiz. Eu amava o meu marido. Está sendo muito difícil a vida pra mim".

    Acusação

    Flordelis foi denunciada como a mandante da execução, a pastora responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.

    Flordelis foi a segunda a ser interrogada neste sábado (12). Ela falou depois de seu filho afetivo André Luiz de Oliveira. O interrogatório seguiu com a neta de Flordelis, Rayane dos Santos de Oliveira.

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