'Ofensas que ferem a alma', diz vítima de racismo em Niterói

O segurança Wanderson Rodrigues, de 41 anos, foi vítima de um crime racial neste sábado (21), no Centro de Niterói. Ele conta que toda a situação gerou um grande abalo psicológico, que afetou até mesmo o filho dele, de 7 anos.

"São ofensas que ferem a alma e o coração, mas tô tentando não desabar. Apesar de ser um cara de 2 metros, isso abala qualquer pessoa. Meu filho de 7 anos viu isso na Internet e veio me perguntar 'porque ela fez isso, papai?', e como explicar um ser humano desse?", desabafa.

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Luciana Alves Marcolino, a responsável pelos ataques, havia sido flagrada por câmeras de segurança do estabelecimento comercial em que o segurança trabalha, furtando utensílios.

Já do lado de fora, Wanderson disse que 'convidou' a mulher a voltar ao comércio e pagar o item furtado. Foi então que Luciana começou os ataques, dizendo frases como "toda vez que sou constrangida é um macaco", e apontando para o segurança. Ela ainda disse que o segurança deveria voltar para a "senzala".

"As ofensas começaram a partir do momento em que ela percebeu a chegada da polícia. Sou segurança desta loja há nove anos e não foi a primeira vez [que ocorreu um episódio de racismo], [só que] desta vez foi divulgado, mas tem muitas outras que não são", afirmou. 

O Crime

Segundo a Polícia Militar, agentes do Segurança Presente foram acionados para o local para averiguar uma denúncia de furto em um estabelecimento próximo a um bar, no Centro da cidade. Ao chegarem no local, eles prenderam a mulher, que confessou o crime e as ofensas ao segurança.

Ela foi encaminhada para a 76ªDP (Niterói). Ao chegar na delegacia, a mulher ficou bastante nervosa e xingou os policiais. Segundo a Polícia Civil, Luciana foi autuada em flagrante pelos crimes de furto, injúria racial e desacato. Ela foi encaminhada ao sistema penitenciário.