Polícia

Operação cumpre mandados de prisão contra milicianos em Itaboraí

Policiais militares são alvos de mandados de prisão. Foto: Alex Oliveira

O Ministério Público do Rio e a Polícia Civil realizam desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira (4) uma operação contra um grupo miliciano que atua em Itaboraí. Até o momento, segundo a Polícia Civil, 44 pessoas foram presas na operação.

A ação batizada de 'Salvador' visa o cumprimento de mais de 70 mandados de prisão e 93 de busca e apreensão. Entre os envolvidos estão policiais militares e advogados. São alvos dos mandados também os autores da chacina que deixou dez mortos no dia 20 de janeiro na cidade.

Segundo o Ministério Público, a investigação revelou que a organização criminosa é responsável por inúmeros casos de homicídios, torturas, extorsões, desaparecimento de pessoas e cemitérios clandestinos na região metropolitana.

A ação tem o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público e da Corregedoria da Polícia Militar.

Parte dos mandados foram cumpridos em Niterói, São Gonçalo e Rio Bonito.

A investigação

Segundo o MP, o grupo miliciano foi constituído e implementado, inicialmente, como espécie de "franquia" da organização criminosa ligada a Orlando Curicica, com atuação na capital. O próprio Curicica fornecia armamento e "soldados" para a milícia local, liderada por um homem conhecido como “Renatinho Problema" ou "Natan". O grupo de Itaboraí repassava para a capital parte dos valores arrecadados em Itaboraí.

A organização criminosa – com funções bem definidas, tais como donos, lideranças, gerência, matadores, recolhedores, soldados ou olheiros – começou a se estabelecer em Itaboraí no final de 2017 e início de 2018, período em que foram noticiados os primeiros crimes praticados pelo grupo. Entre os crimes, a cobrança das taxas de segurança e 'gatonet’, principalmente nas áreas de Visconde de Itaboraí, Areal e Porto das Caixas.

Nessas localidades, antes da instalação da milícia, a atividade de tráfico de drogas era explorada pela facção ‘Comando Vermelho’.

Os integrantes da organização são apontados como autores, em parceria com policiais militares, da maior chacina já ocorrida em Itaboraí, em 20 de janeiro de 2019. Nessa chacina, que aconteceu na região de Marambaia, dez pessoas foram brutalmente assassinadas.

A denúncia foi recebida e as prisões decretadas pelo juízo da 1ª Vara Criminal da comarca de Itaboraí. Com a prisão dos milicianos e, inclusive, das lideranças, acredita-se que a organização será desmantelada.

Orlando Curicica, o líder da organização, foi preso em outubro de 2017 na Zona Oeste do Rio.

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