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    Medicamento

    Ozempic falso: polícia investiga venda após mulher passar mal

    Veja lotes identificados pela Anvisa

    Publicado 22/10/2024 às 10:34 | Atualizado em 22/10/2024 às 10:45 | Autor: Enfoco
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    As autoridades foram acionadas para investigar a situação
    As autoridades foram acionadas para investigar a situação |  Foto: Jefferson Rudy / Agência Senado

    A Polícia Civil investiga a suposta comercialização de uma versão falsificada do medicamento Ozempic em Copacabana, na Zona Sul do Rio. A investigação foi iniciada após uma mulher, que utiliza o remédio indicado para diabetes há um ano, apresentar sintomas graves após a aplicação. A Anvisa já havia identificado lotes falsos do medicamento sendo vendidos em todo o país desde o final do ano passado.

    A mulher de 46 anos foi hospitalizada na última quinta-feira (17) no Rio, após usar uma dose de Ozempic falsificado. A paciente afirmou ter adquirido a injeção em uma farmácia, acreditando se tratar de um produto original. 

    Ela recebeu atendimento na emergência do hospital Copa D’Or. A mulher foi estabilizada e recebeu alta médica no dia seguinte. As autoridades foram acionadas para investigar a situação. Em nota, a Rede D’Or se pronunciou sobre o caso.

    “Como a paciente já realizava tratamento com Ozempic e considerando a nota divulgada recentemente pelo laboratório responsável sobre possíveis falsificações do medicamento, houve a suspeita de que a paciente poderia ter sido vítima dos efeitos de um remédio falsificado. O hospital, então, informou as autoridades responsáveis, para que seja feita a devida apuração. O hospital ainda informa que a paciente se recuperou e recebeu alta no dia seguinte.”

    Segundo a Polícia Civil, as investigações seguem em andamento para esclarecer todos os detalhes do caso.

    Lotes falsificados da Ozempic no Brasil 

    Em 2023, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou dois lotes de Ozempic falsificados no Brasil. O terceiro foi detectado em janeiro deste ano.

    O primeiro alerta indicava que lotes MP5C960 e o LP6F832, ambos identificados pela Novo Nordisk, eram falsos e as informações foram repassadas para a agência. Neste ano, em janeiro, um novo lote foi identificado, o MP5A064, que tem prazo de validade para outubro de 2025 e a embalagem está com os dados escritos em espanhol.

    “As ações de fiscalização se aplicam somente às unidades pertencentes ao lote MP5A064 (prazo de validade 10/2025) que apresentem em sua embalagem secundária a concentração de 1,34 mg/mL, em idioma espanhol, que as divergem do lote original”, de acordo com o decreto da agência no Diário Oficial da União (DOU).

    Em janeiro deste ano, a Anvisa também proibiu a venda dos lotes de Ozempic e outros medicamentos comercializados no site Manual após investigação que indicou que os itens são de origem não identificada e não possuem registro sanitário.

    A OMS também emitiu um comunicado, na mesma época, informando que havia uma escassez dos remédios com semaglutida – o princípio ativo do Ozempic e do Wegovy, o que consequentemente poderia causar aumento das versões falsificadas.

    “A escassez tem um impacto negativo no acesso a produtos médicos e cria um vácuo que é muitas vezes preenchido por versões falsificadas. No ano passado, a escassez global de produtos indicados para controlar o diabetes tipo 2 e, às vezes, também aprovados para perda de peso, conhecidos como produtos agonistas do receptor do peptídeo 1 semelhante ao glucagon (GLP-1-RA), foram associados a um aumento nos relatos de GLP-1-RA falsificado”, diz o comunicado da agência.

    Como identificar o Ozempic falso 

    A Anvisa alerta que os medicamentos devem ser comprados apenas em estabelecimentos farmacêuticos, farmácias ou drogarias. A venda por meio de lojas de comércio eletrônico — exceto nos sites das próprias farmácias — não é autorizada.

    É importante não se deixar enganar pelo preço. Valores muito inferiores aos praticados nas farmácias devem levantar suspeitas. No Brasil, os preços dos medicamentos seguem a tabela da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).

    Os pacientes não devem adquirir medicamentos cuja embalagem esteja visivelmente danificada, que apresentem instruções em idioma estrangeiro, que tenham aparência diferente da registrada ou que contenham informações incorretas sobre o produto.

    São indícios de desvios de qualidade ou adulteração do produto: mudanças na aparência, cor, odor, sabor, volume ou a presença de corpos estranhos. Sempre que houver dúvidas, o usuário deve entrar em contato com o serviço de atendimento ao cliente do laboratório farmacêutico para verificar as informações e a procedência do produto.

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