Tristeza
Pintor é morto a facadas na frente dos filhos na Baixada
Jefferson Malaquias tinha 31 anos e morreu no dia 11
“Era muito sangue, meu filho morreu pela bondade dele. Ele confiava em todos, considerava o acusado um amigo de infância dele e deu no que deu. Esse homem queria ver meu filho morto, no chão, e não parou de esfaquear o Jefferson”. Esse é o relato de Elma Malaquias, mãe de Jefferson Malaquias Rodrigues, que morreu aos 31 anos, na frente de seus filhos.
Além de pintor e bombeiro em um prédio na Barra da Tijuca, Jefferson era pai de família e cuidava de quatro crianças, duas eram filhas dele e outras duas eram de uma esposa que morreu. Agora, as crianças estão sem o pai e sem a mãe.
Jefferson morreu no último dia 11, durante uma festa de Dia das Crianças na rua de sua casa em Austin, no município de Nova Iguaçu. Segundo a mãe da vítima, ele foi morto com três perfurações de faca por um amigo da infância.
“Ele havia dado um patins para a filha de 9 anos e uma bicicleta para o mais novo, de 2 anos, de Dia das Crianças. Depois, ele foi com os dois para a festa aqui na rua. Durante a festa, um cavalo chegou próximo das crianças e o Jefferson se aproximou do animal e o afastou, para que ele não machucasse ninguém. Foi aí que ele falou para esse amigo, dono do cavalo, que ele deveria afastar o animal dele dali. Iniciou-se uma pequena discussão verbal. O acusado, então, foi até sua casa, pegou a corda, uma faca e retornou. Foi aí que ele deu uma facada no pescoço do meu filho”, contou a mãe da vítima.
Segundo ela, a facada foi fatal, mas, antes de morrer, Jefferson afirmou para o acusado que eles eram amigos e que não precisava disso (da violência). “Vai ser na covardia?”, perguntou Jefferson para o suspeito. Em seguida, o pintor foi golpeado no coração. A última facada na vítima foi na barrida. “Espalharam-se fezes pelo corpo do meu filho”, contou Elma.
O crime ocorreu por volta das 23h40. “O Jefferson caiu na terceira facada, mas a primeira facada já foi fatal, segundo o médico que o atendeu depois na UPA. Só ela já teria matado meu filho. Esse homem só parou de atacar quando meu filho caiu. Foi a filha do Jefferson de 9 anos que viu o crime e veio correndo me chamar falando que o pai dela estava desmaiado. Lá, vi meu filho no chão, ele deu três agonizadas e morreu. Era muito sangue, pelo nariz, pela boca. Tentei levantar meu filho, mas não consegui. Além das facadas, com uma corda, o acusado chicoteou o Jefferson várias vezes. Ele queria matar meu filho”, relatou.
Jefferson foi socorrido e levado para a UPA do bairro. No entanto, segundo Elma, o médico confirmou que seu filho já chegou na unidade morto. Jefferson era mãe e pai de seus filhos. A companheira dele morreu há dois anos, durante o parto do segundo filho do casal.
“Meu filho lutou tanto para viver, ele foi esfaqueado e tentou lutar para sobreviver. Ele sabia que os filhos dele só tinham ele, meu filho corria de confusão. Eu esperava que isso acontecesse em qualquer lugar, mas não aqui na rua dele, com os amigos de infância, com amigos que abraçaram ele quando a companheira dele morreu. Esse acusado foi, inclusive, no enterro da esposa dele e disse que o Jefferson conseguiria superar isso tudo”, afirmou Elma, que tem 48 anos.
Após o crime, o suspeito foi até em casa, se lavou e fugiu. Familiares do acusado sabem do crime e afirmam que ele pretende se entregar. Eles dizem, no entanto, que não possuem conhecimento sobre onde ele está.
Jefferson foi sepultado no Dia das Crianças no Cemitério de Carlos Sampaio, em Nova Iguaçu. “Eu tô sem lágrimas para chorar. Eu preciso de justiça. Perdi um homem que era meu filho e também um cidadão maravilhoso. Ele foi morto de uma forma muito brutal”, disse a mãe da vítima.
Os filhos de consideração de Jefferson estão com parentes e amigos. Os dois filhos mais novos, de sangue, estão com Elma.
“A de 9 anos viu tudo. Ela ainda não chorou. Acho que ela está em estado de choque. Ela viu tudo, vou até procurar uma ajuda psicológica para ela. Já o de 2 anos, vê foto do Jefferson e chama pelo pai, ele entra em casa já gritando ‘papai, papai’”, contou ela.
A Polícia Militar foi acionada depois que a vítima deu entrada já ferida na UPA de Austin. O caso está em investigação pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).
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