Injúria
PM denuncia caso de racismo durante blitz: 'Macaco'
Homem continuou ataques mesmo após ser preso em flagrante
Um policial militar foi até a 16ª DP (Barra da Tijuca) para prestar queixa contra um ataque racista sofrido enquanto trabalhava em uma blitz da Lei Seca, conforme publicou o portal de notícias G1. O caso aconteceu no dia 4 de julho, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio, e o acusado foi preso em flagrante.
O sargento Wagner Carvalho disse que, dentre as ofensas desferidas contra ele, o homem o chamou de 'macaco' e falou que o agente não tinha direito 'de ter uma família', devido a cor da sua pele.
O homem, que foi preso pelo policial, é Leonardo Fernandes Pontes, de 36 anos. À justiça, ele disse trabalhar como gerente de uma empresa multinacional.
Segundo o relato do PM, o caso aconteceu por volta das 22h, após Leonardo ser parado em uma blitz, na altura do número 13.701 da Avenida das Américas. Após ser questionado se havia ingerido bebida alcoólica, o homem negou. Contudo, quando encaminhado para fazer o teste do bafômetro, ele mudou o discurso e afirmou que havia bebido naquela noite.
Leonardo, então, pediu 'ajuda' ao policial. Wagner deduziu que o homem tentaria suborná-lo e avisou que a abordagem estava sendo gravada por uma câmera corporal, equipamento disponibilizado aos agentes do Rio e que começou a ser usado em maio. Foi então que, de acordo com o PM, os ataques começaram.
"Eu dei mais ou menos uns três passos e ele falou: ‘É isso mesmo o que a sua raça faz, só faz merda'. Eu pedi que ele repetisse o que ele havia dito, e ele permaneceu calado. Atrás da barraca, ele me chamou de macaco filho da… Algemei ele. E ele começou a xingar toda a equipe com palavras de baixo calão. Agrediu com chutes um agente civil da operação…. [Na verdade] Dois agentes civis na operação", contou o policial.
Após o policial decretar a prisão em flagrante, algemar Leonardo e autua-lo por crime de injúria, o homem continuou desferindo ataques contra Wagner durante o caminho para a delegacia.
"No trajeto para a delegacia, continuaram as ofensas. [Ele] Falando que eu poderia falar com o delegado que ele me chamou de macaco, que o fato de eu ser preto não tinha nem direito a ter família, que eu tinha que andar em árvore", narrou ao portal G1.
Nos documentos de registros obtidos pelo portal, consta a seguinte ofensa: "Preto não serve para ter família, você anda em árvores e come banana!".
Leonardo foi encaminhado para audiência de custódia, que ocorreu no dia 6. Nela, a prisão preventiva do homem foi substituída por novas medidas cautelares, como:
- Comparecimento mensal em juízo para informar e justificar as atividades até que saia sentença do caso;
- Proibição de sair do Rio de Janeiro por mais de cinco dias seguidos "sem prévia e expressa autorização judicial", até que saia a sentença.
- Caso descumpra alguma das medidas, Leonardo voltará para a prisão.
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