Júri popular

PM é julgado em Niterói acusado de matar vendedor nas barcas

Hyago Bastos foi morto a tiros ao tentar abordar uma mulher

A viúva de Hyago acompanha o julgamento e pediu justiça
A viúva de Hyago acompanha o julgamento e pediu justiça |  Foto: Péricles Cutrim

"Eu só peço que a justiça seja feita. Que ele pague pelo crime que cometeu. Foi agoniante esperar por esse dia. Eu estava nervosa mas confiante na Justiça". Esse foi o relato de Thais Conceição, de 30 anos, viúva do vendedor ambulante Hyago Macedo de Oliveira Bastos, de 22. Ela e outros familiares acompanham o julgamento do policial militar Carlos Arnaud Baldez Silva Júnior no Fórum de Niterói, acusado de ter matado a tiros o vendedor. O crime aconteceu em fevereiro de 2022, em frente à estação das barcas, no Centro da cidade.

A Justiça irá decidir nesta terça-feira (24) o futuro do policial militar. Desde as 13h, a juíza Nearis dos Santos Arce ouve as testemunhas. Entre elas, estão policiais militares, guarda municipal, passageiro das barcas e familiar de Hyago.

Durante os depoimentos, a terceira testemunha entrou em contradição, já que relatou para a juíza informações contrárias ao depoimento prestado na delegacia na época do crime.

A testemunha relatou que Hyago estava vendendo balas no dia do ocorrido. Ante de ter sido baleado e morto, ele teria abordado uma mulher que estava na bilheteria das barcas. Como ela não quis comprar as balas, ele disse para ela que se estivesse com uma arma iria passar até a bolsa, mas no depoimento prestado na delegacia ele disse que Hyago não estava vendendo bala e que não dava para saber o que ele havia dialogado com a mulher e nem com o PM. 

Ainda segundo a testemunha, após sair da bilheteria, Hyago foi baleado pelo PM.

O advogado da família da vítima quer reverter insanidade mental do acusado
O advogado da família da vítima quer reverter insanidade mental do acusado |  Foto: Péricles Cutrim

De acordo com o advogado assistente de acusação Sérgio Fernandes, a defesa do PM chegou a tentar alegar que ele não estava em seu estado mental normal no dia do crisma, mas ele está conseguindo reverter essa informação.

"Eles ingressaram com um incidente de insanidade mental para tentar demonstrar que no momento dos fatos o réu não estava no estado normal de saúde mental, mas estamos conseguindo demonstrar ao contrário. Eu creio que será satisfatório a gente demonstrar isso aqui para o corpo de jurados", contou em um intervalo do julgamento.

A vereadora Benny Briolly também acompanha o júri popular
A vereadora Benny Briolly também acompanha o júri popular |  Foto: Péricles Cutrim

"Temos um compromisso crucial em nossa busca por justiça. Há dois anos, perdemos um jovem talentoso, Hiago Macedo, um pai e trabalhador, vítima do Estado. Neste dia 24 de outubro, temos a oportunidade de presenciar o julgamento do caso, um momento que pode trazer a tão esperada sentença final. Não podemos e não vamos permitir que mais um caso como esse fique impune", disse a vereadora Benny Briolly, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Niterói.

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