Assassinato

PM morto na Avenida Brasil já tinha sofrido tentativa de homicídio

O sepultamento de Marcelo Ferreira aconteceu nesta terça

O velório foi realizado no Memorial Parque Nycteroy, em Itaboraí
O velório foi realizado no Memorial Parque Nycteroy, em Itaboraí |  Foto: Karina Cruz
 

Amigos do Policial Militar reformado Marcelo Ferreira dos Santos, de 43 anos, morto na Avenida Brasil, altura de Manguinhos, na Zona Norte do Rio, relataram durante o enterro, na manhã desta terça-feira (13), que ele já teria sofrido tentativa de homicídio há alguns anos atrás. 

Ana Lúcia de Oliveira Carvalho, amiga da família, contou ao ENFOCO que o atentado sofrido anteriormente fez com que ele fosse para a reserva. 

“Ele trabalhava na (altura da) Polícia Rodoviária Federal, em Marambaia. Estava de serviço e sofreu uma tentativa de homicídio, o tiro passou pelo braço e saiu na garganta. Ele precisou fazer uma traqueostomia e quase perdeu o braço”, revelou Ana Lúcia. 

O funeral foi realizado no cemitério Memorial Parque Nycteroy, em São Gonçalo, com a presença de parentes e amigos do militar. O Sargento Cláudio Pereira que fez parte da mesma turma de formação de Marcelo, explicou que esse ano ele completaria 22 anos de carreira na polícia:

“A turma toda está constrangida com tudo que aconteceu, porque ele sofreu uma primeira emboscada trabalhando, aí conseguiu reformar e se recuperar, nós demos auxílio para ele. Foi muito cedo pra ele ir embora da polícia, se ele estivesse hoje na polícia ele estaria completando 22 anos nessa luta aí... Mas o que acontece? Ele precisou continuar trabalhando para complementar a renda da família, que ele sempre colocou em primeiro lugar”, contou. 

Ferreira relatou que como o companheiro saiu muito cedo da polícia, resolveu se dedicar a fazer alguns trabalhos com segurança fora da patrulha. Além disso, era dessa forma que ele completava sua renda.

“Ele saiu muito cedo da polícia e resolveu dar o gás que ainda tinha aqui fora."
  

O PM também declarou que a carreira de policial não tem folga, desse modo, eles precisam sempre estar em alerta se defendendo: “Estamos vivendo uma guerra não declarada e a gente tenta se defender da melhor forma possível, a gente  tenta se privar de determinados trabalhos, porque tanto na polícia quanto aqui fora a gente  corre risco o tempo todo. De serviço ou de folga, somos policiais 24h.” 

Os familiares e amigos do Sargento Ferreira estavam abalados e prestando suas homenagens ao falecido. “Um ótimo policial, companheiro e amigo. Família dele em primeiro lugar, acima de tudo. Os colegas vão sentir muita saudade dele”, finalizou o companheiro de farda. 

A família estava muito abalada e preferiu não falar com a imprensa.

Segundo a Polícia Civil a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC)  está investigando o caso e realiza diligências para apurar a autoria do crime e elucidar os fatos. Entretanto, não informaram se já possui algum suspeito ou qual foi a motivação do crime. 

Relembre o caso 

Um policial militar foi morto a tiros nesta segunda-feira (12) na Avenida Brasil, na altura de Manguinhos. Segundo a polícia, a arma do militar foi apreendida no local.

Ferreira era 3° sargento reformado e atualmente trabalhava como síndico do condomínio onde morava em Itaboraí. Ele era casado e deixa três filhos.

Segundo a Polícia Militar, equipe do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE) foi acionada para verificar ocorrência na Avenida Brasil, altura de Manguinhos, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, na pista sentido Zona Oeste. A  equipe policial encontrou uma pessoa morta no interior de um carro.

O policial trocou tiros com criminosos na pista central do sentido Zona Oeste. Os criminosos fugiram do local. O veículo foi atingido por diversos disparos. 

Equipes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) realizaram a perícia técnica e diligências para esclarecer se o crime foi tentativa de assalto ou execução.

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