Investigação
Polícia conclui que abordagem em Ipanema não foi racista
O relatório disse que a abordagem não foi influenciada pela cor
A Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat) concluiu nesta sexta-feira (9), a investigação sobre a abordagem realizada por policiais militares a quatro adolescentes em Ipanema, Zona Sul do Rio, ocorrida em maio deste ano. Os adolescentes, três dos quais são negros e filhos de diplomatas, foram abordados por PMs após uma denúncia de roubo feita por um turista estrangeiro.
Segundo o relatório final da investigação, não foi identificado crime de injúria racial ou qualquer outro tipo de racismo por parte dos policiais. A delegada Danielle Bulus Araújo esclareceu que, de acordo com os depoimentos dos quatro adolescentes, não houve relatos de palavras ofensivas, xingamentos ou discriminação racial por parte dos PMs durante a abordagem.
As imagens das câmeras corporais dos policiais mostraram que, minutos antes da abordagem aos adolescentes, os PMs foram informados por um turista e outros dois homens sobre um roubo envolvendo um cordão, durante o qual o criminoso usou uma faca. As características do suspeito foram fornecidas, e a equipe policial saiu em busca do grupo descrito.
O relatório detalha que a abordagem não foi influenciada pela cor da pele dos adolescentes. Os policiais estavam seguindo as descrições fornecidas pelas vítimas do roubo e realizaram a revista de acordo com os procedimentos padrões para encontrar itens roubados. A delegada destacou que todos os adolescentes, independentemente da cor da pele, foram submetidos ao mesmo tipo de revista, incluindo verificações nas partes íntimas, com base na natureza do objeto roubado.
Três dos adolescentes eram filhos de diplomatas africanos e estavam acompanhados por dois meninos brancos brasileiros. A abordagem gerou críticas nas redes sociais, com alegações de racismo por parte da família de um dos brasileiros e pela embaixatriz do Gabão, mãe de um dos adolescentes negros, que criticou o fato de os jovens terem sido abordados com armas em punho.
No entanto, o relatório conclui que não houve tratamento diferenciado e que as ações dos policiais estavam alinhadas com os procedimentos operacionais padrão. O caso agora será encaminhado ao Ministério Público para a continuidade das avaliações jurídicas e possíveis ações subsequentes.
Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!