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Polícia desarticula esquema de lavagem de dinheiro do tráfico no Rio

Publicada às 10h45. Atualizada às 14h48

Operação 'Katharsis' foi realizada por policiais da Delegacia de São Cristovão (17ª DP). Foto: Karina Cruz

Duas pessoas foram presas em flagrante e uma mulher conduzida para a delegacia durante a operação 'Katharsis' realizada por policiais da Delegacia de São Cristóvão (17ª DP), no Complexo do Caju, na Região Central do Rio, na manhã desta terça-feira (21).

De acordo com o delegado titular da unidade, Márcio Esteves de Jesus, os criminosos utilizavam uma cooperativa que funciona na região para lavar dinheiro do tráfico.

"Desde 2018 houve uma movimentação no total de R$ 50 milhões pela quadrilha. Já na firma de catadores, os diretores da cooperativa movimentaram cerca de R$ 18 milhões nas contas pessoais", afirmou.

De acordo com o delegado, o tesoureiro da quadrilha, que foi preso em flagrante por porte ilegal de armas e realizava uma movimentação bancária de aproximadamente R$ 4 milhões, chegou a pedir auxílio emergencial.

Investigações

Segundo Márcio Esteves, as investigações tiveram início há seis meses quando a polícia teve acesso a um Relatório de Informação Financeira (RIF) que foi encaminhado para delegacia.

"Identificamos a presidente da cooperativa e o tesoureiro e, no decorrer da investigação, foi identificado um grande volume de dinheiro totalmente incompatível com o que eles apresentam no imposto de renda", explicou.

Ainda de acordo com o delegado, as empresas terceirizadas sofrem gerência do tráfico de drogas.

"Eles [traficantes] controlam quem a empresa contrata ou demite", afirmou.

Apreensões

Uma arma, vários documentos contábeis, celulares, computadores, R$ 60 mil em espécie, dois carros e uma moto foram apreendidos na operação.

"Hoje tivemos o término da primeira fase da operação. Agora vamos ouvir os investigados, que tiveram o bloqueios dos bens autorizados pela Justiça. Esse material apreendido será analisado pelo setor de inteligência", garantiu o delegado.

Fluxo do dinheiro

Cerca de R$ 60 mil em dinheiro foram apreendidos pela Polícia Civil: Foto: Karina Cruz

O titular atentou que um dos presos havia acabado de comprar um imóvel de R$ 850 mil em dinheiro.

"As investigações mostraram que a negociação para a compra duraram cerca de três meses e o imóvel de alto padrão, localizado na Ilha do Governador, foi comprado há aproximadamente 15 dias. Apuramos que o dinheiro sai da empresa de reciclagem e vai para contas dos diretores da empresa e até de outras empresas que já não existem. Depois de percorrer esse caminho, o dinheiro era sacado. Um dos investigados sacava por semana cerca de R$ 50 mil em espécie no banco. E quando ele saca essa quantia, a gente acaba perdendo a destinação dos valores", explicou.

Comando da cadeia

Segundo as investigações, alguns líderes da quadrilha, que estão presos, permanecem no comando das atividades. É o caso de um criminoso identificado como "Bob do Caju", que de acordo com a polícia está preso em Bangu 4.

O delegado destacou que o acusado utiliza a estrutura da empresa de reciclagem para ocultar e lavar os lucros obtidos através dos crimes cometidos pela facção.

"Junto com a Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP) conseguimos apreender três celulares na cela do Bob, além de anotações contábeis do tráfico de drogas", finalizou.

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