Queda

Polícia divulga conclusão da morte de modelo em boate no Rio

Suede Oliveira Júnior foi levado ao hospital mas não resistiu

Modelo caiu no vão da escada da boate
Modelo caiu no vão da escada da boate |  Foto: Reprodução

A Polícia Civil disse, nesta terça-feira (10), que foi acidental a morte do modelo Suede Oliveira Júnior, de 44 anos, depois dele cair de uma escada na boate Street Lapa, na Lapa, Região Central do Rio. O acidente aconteceu no dia 7 de agosto, ele foi socorrido e encaminhado para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no entanto não resistiu aos ferimentos. Após a conclusão divulgada, o caso foi encerrado e será arquivado.

A médica que realizou o atendimento ao modelo na unidade de saúde, esteve na 5ª DP (Mem de Sá), responsável pelo caso,  também nesta terça, quando ela foi ouvida pelo delegado Deoclécio Assis.

O delegado informou que o modelo caiu do segundo andar da escada, e não do terceiro, como antes apontado depois de sua morte. Além disso, recentemente, os investigadores receberam o boletim médico que apontava uma perfuração entre uma das pernas e a bacia do modelo, que indicava um ferimento de arma branca. No entanto o machucado foi feito por um copo de acrílico que Suede segurava antes do acidente, disse a Polícia Civil. 

Imagens de câmeras de segurança registraram o momento da queda. No registro, o modelo chega a descer uma parte do lance de escadas, com um objeto em mãos. Em seguida, é possível ver que Suede para de andar, apoia-se no corrimão e acaba caindo entre o vão do corrimão e o teto do segundo andar.

Segundo os investigadores, a lesão apresentada ocorreu devido aos copos, já que ele segurava dois em uma das mãos. Suede caiu por cima dos fragmentos desses copos, o que provocou a lesão de aproximadamente três centímetros perto do abdômen.

Além disso, o delegado explicou que a morte não ocorreu por conta do ferimento, mas por traumatismo craniano. O delegado afirmou que não tem como afirmar ainda se ele estava sob o efeito de bebidas alcoólicas.

"Ninguém atentou contra a integridade física dele, não há que se falar em homicídio. Do questionamento feito sobre o que a médica escreveu no boletim, ela disse que ele apresentava um corte no quadril e, muito provavelmente, teria sido causada por arma branca. Ela explicou que isso foi o que lhe apareceu, mas ela não atestou a morte. Disse que ele já chegou praticamente morto, apresentando 'roxidão' e uma ferida muito grande na parte de trás da cabeça, com muito sangramento", disse o delegado.

"Sobre o corte no quadril, ela sugeriu que pudesse ter sido causado por algum objeto cortante. A partir daí, requisitamos um laudo complementar e ao perito do IML se aquele corte foi decisivo para a morte. Ele respondeu que não: ele [Suede] morreu de traumatismo craniano e hemorragia interna. O corte tinha aproximadamente três centímetros e era superficial, não apresentava sangramento ou hemorragia", concluiu.

Família insatisfeita 

A mãe de Suede, Ednalda Maria de Oliveira, também esteve na delegacia, acompanhada do advogado e da filha, Natane Silva de Oliveira, para conversar com o delegado. Após a conclusão do caso, elas afirmaram que a situação toda mexeu com a família.

“Eu não estou satisfeita com o encerramento do caso, ficou muita coisa em aberto. Foi pedido o exame antidrogas, e nós não tivemos o resultado e nem acesso a ele. Ele apresentou essa ferida, só que eles [médica e IML] afirmam que esse corte não afetou nenhum órgão vital. Nós sabíamos disso, no entanto não me garantem que isso não afetou a queda dele. Nós estamos vendo com mais cuidado sobre essa afirmação”, disse Ednalda Maria.

Em seguida, ela prosseguiu: “Eu não tô dizendo que não pode ter sido acidental, mas eu acredito que esse machucado [do lado direito de uma das pernas]. pode ter contribuído, porque meu filho tinha 1,89 m e o para-corpo tinha 79 cm. Isso pode ter contribuído para a queda. Em momento algum, eu afirmei que não foi acidental. Acredito que se o para-corpo fosse alto, ele não estivesse machucado, isso poderia ser evitado. Mas não sabemos porque isso não foi investigado com precisão. Eu não estou satisfeita, quem perdeu o filho fui eu”, concluiu.

Já a irmã de Suede, Natane Silva, afirmou que “nas imagens para mim fica claro que ele estava sentindo dor, mancando onde tem a perfuração. No meu entendimento, pode não ter sido o que levou à morte, mas é um dos fatores que podem ter ajudado na morte”.

Natane disse ainda que a família não recebeu as roupas de Suede. “São coisas para gente que não estão claras. Vamos orar para que tudo seja resolvido”, concluiu a jovem.

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