Crime
Polícia investiga maus-tratos e ameaça a aluno de escola em SG
Mãe revela ao ENFOCO o teor da denúncia

Uma mãe registrou denúncia contra uma escola particular em Vista Alegre, em São Gonçalo, após relatar que o filho, de 7 anos, foi vítima de maus-tratos, humilhações e ameaças por parte da direção e de professoras. Segundo a responsável, os episódios vieram à tona em julho de 2025, quando o menino passou a se queixar da forma como era tratado em sala de aula. O nome da escola não será publicado até que as investigações sejam concluídas.
De acordo com o relato, em uma das ocasiões o aluno teria sido forçado a comer uma fruta contra a vontade, enquanto em outras era obrigado, junto aos colegas, a realizar serviços de limpeza na unidade. Para confirmar as suspeitas, a mãe colocou um gravador na mochila do filho e passou a registrar áudios.
Nos registros, segundo ela, é possível ouvir ofensas, gritos e ameaças contra as crianças, incluindo frases que sugerem agressões físicas, como a possibilidade de “cortar dedos, braços e pernas” de quem não obedecesse. Em outro episódio descrito, o garoto teria sido constrangido a pedir desculpas diante de uma cadeira vazia, sob o argumento de que ali estaria representada uma figura religiosa.
A mãe afirmou que outras famílias relataram situações semelhantes e que o filho passou a se recusar a frequentar a escola por estar psicologicamente abalado.
“Eu botava o celular na mochila dele no início da aula, por isso estou com um pouco de dificuldade pra salvar os áudios pra outro celular”, contou ao ENFOCO.
Ela acrescentou que o menino, que estudou no local por quase três anos e “sempre reclamou das professoras, mas nunca tinha relatado as ameaças com detalhes”.
Nos áudios anexados à denúncia, segundo a mãe, também é possível ouvir frases em tom de deboche, críticas ao comportamento dos alunos e ordens que retiravam das crianças o direito ao recreio. Em um dos aúdios obtidos pelo site, uma das profissionais afirma: “Eu não ganho pra ser babá, não estudei pra ser babá”.
A mãe procurou a 74ª DP (Alcântara) e o Conselho Tutelar. O caso foi registrado como ocorrência de “ameaça” e segue em apuração. A família também informou que recebeu relatos de que a instituição não teria registro jurídico e já havia sido fechada anteriormente por denúncias semelhantes, reabrindo depois com outro nome.
O que dizem as autoridades
Procurada, a Polícia Civil informou que “testemunhas são ouvidas e outras diligências estão em andamento para apurar os fatos. O Conselho Tutelar e a prefeitura foram oficiados para ciência do caso e adoção de medidas cabíveis”.
Já o Conselho Tutelar destacou que, de acordo com o Artigo 17 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), “é assegurado à criança e ao adolescente o direito ao respeito, à dignidade, à imagem, à identidade, bem como à preservação de sua intimidade e vida privada”.
O órgão ressaltou ainda que “isso inclui o sigilo de informações tratadas pelo Conselho Tutelar, portanto não podemos repassar informações sobre qualquer pessoa envolvida em atendimentos realizados por este órgão, em respeito à legislação e à proteção integral das crianças e adolescentes”.


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