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Produtor denuncia caso de racismo em shopping do Rio

Vinícius Bandeira conta que foi seguido por seguranças

Vinicius conta que foi  'seguido e desumanizado'
Vinicius conta que foi 'seguido e desumanizado' |  Foto: Reprodução/Redes Sociais

O produtor de 23 anos, Vinícius Bandeira, postou em suas redes sociais que foi alvo de racismo no Shopping Leblon, na Zona Sul do Rio, na noite de quinta-feira (15). De acordo com o site “G1”, o shopping está apurando o caso diante das informações.

De acordo com o produtor, ele estava saindo do trabalho, quando decidiu passar em uma loja de roupa para comprar uma para seu aniversário e também um presente para uma amiga.

"Fui a três lojas e, por fim, entrei na Farm para comprar uma camiseta. Paguei e, quando estava saindo, a vendedora, de forma muito educada e cordial, disse que os seguranças estavam me seguindo, de olho em mim. Eles estavam me acompanhando a todo momento, me esperando nas portas das lojas de forma completamente constrangedora. Eles nem tentavam disfarçar o indisfarçável", conta Vinícius.

Diante da situação, o produtor foi até uma área de atendimento ao cliente do shopping para que pudesse denunciar o caso, no entanto, segundo ele, não recebeu nenhum tipo de acolhimento ou um atendimento específico para a situação.

"Disse que tinha sido alvo de racismo no shopping, e a pessoa nem quis saber de que forma foi. Me entregou uma prancheta com um questionário para eu preencher, disse que iriam analisar e, se fosse o caso, entrariam em contato. Eu estava relatando um episódio de violência e a pessoa me tratando como se eu fosse buscar um voucher de estacionamento ou um cupom de sorteio", disse.

Para o jovem, os dois casos configuram como uma prática de racismo no local.

"Ninguém se desculpou ou se preocupou com a minha integridade física. E acho que isso foi o que mais me doeu. Já vivi situações ruins em abordagens policiais, por exemplo. Mas nesses momentos, eu estava preparado. Ali, não! Estava desarmado, apenas indo fazer uma compra quando me deparei com situações que deixavam bem claras que meu corpo negro não era bem-vindo ali, aquele ambiente não era seguro para mim, não me queriam ali", disse.

Vinícius registrou o caso na 14ª DP (Leblon), logo após deixar o shopping. O caso foi registrado como “injúria por preconceito e por constrangimento ilegal”.

"Eu espero uma retratação pessoal e institucional, e que o local seja responsabilizado criminalmente. Espero que eles façam um treinamento também para a segurança e o espaço do cliente, já que alguém que acabou de ser vítima de uma violência, não ser desumanizado. Fui seguido e desumanizado", diz o produtor.

Em nota, o Shopping Leblon informou ao portal “G1”, que "repudia todo e qualquer tipo de discriminação e está apurando o relato do jovem com a mais absoluta atenção. A administração está buscando contato com o cliente para ouvi-lo e prestar todos os esclarecimentos necessários. Cabe reforçar que o shopping tem um olhar atento e cauteloso sobre o tema diversidade e inclusão, promovendo ações efetivas e de treinamento constante junto ao time de segurança e operações”.

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