A Polícia Civil realiza na manhã desta terça-feira (22) uma operação para cumprir 11 mandados de busca e apreensão no residencial Carlos Alberto Soares de Freitas, "Minha Casa, Minha Vida", de Inoã, em Maricá. A polícia também apreendeu uma quantidade de drogas, ainda a serem contabilizadas. Até as 7h30, nove pessoas já haviam sido presas, sendo que cinco já estavam cumprindo pena.
Segundo a Polícia Civil, a operação, desencadeada em conjunto com o Grupo de Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público, a Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) e a delegacia de Maricá (82ª DP) tem o objetivo de desarticular uma quadrilha especializada em sequestrar caminhoneiros. Um dos principais alvos da operação é o criminoso conhecido como Lobo Mau, de 37 anos.
Segundo investigações do Ministério Público, as vítimas ficavam subjugadas por dias, privadas de água e alimentos, sendo obrigadas a atender telefonemas para evitar que os caminhões fossem apreendidos em rodovias. Para tanto, a organização conta com advogados e despachantes, inclusive em outros estados, para a intermediação e negociação da liberação desses veículos, em caso de retenção pelas autoridades fiscalizadoras.
A organização criminosa é dividida em núcleos. A chefia, que planeja os crimes e atrai as vítimas, é integrada pelo traficante Marcos Vinícius Dias Laurindo, vulgo “Lobo Mau”, chefe do tráfico na comunidade do Mutirão, e pelo seu braço-direito, Wesley Gomes Toledo, vulgo “Pitbull”. Além da chefia, a organização criminosa é formada pelo núcleo operacional, que atua na via pública, abordando e roubando as vítimas, e é responsável pela vigilância do cárcere das mesmas, e o núcleo dos caminhoneiros, responsável por dirigir os caminhões subtraídos até a fronteira com o Paraguai para a busca de entorpecentes.
A quadrilha, que é de Maricá, já vinha sendo investigada pela distrital, após caminhoneiros serem contratados por um falso cliente para realizarem transporte de madeiras e acabavam sendo sequestrados por criminosos armados no ponto de encontro.
As investigações apontaram ainda que, as vítimas eram levadas para uma casa, onde eram feitas reféns enquanto comparsas seguiam para o Paraguai com os veículos das vítimas para buscar drogas.
Enquanto as vítimas ficavam em poder da quadrilha, os comparsas eram autorizados pela própria vítima, que estava na mira das armas, a entrar no país.
Estratégia
Os criminosos seguiam em um veículo, com o objetivo de entrar no Paraguai e na fronteira eram abordados por policiais. Lá eram questionados sobre o dono do veículo que, durante a abordagem, os criminosos diziam que o dono do caminhão não poderia acompanhar a viagem, mas que já havia autorizado. Eles chegavam a ligar via chamada de vídeo para a vítima, que estava em poder dos outros criminosos. Sob a mira das armas ela acabava autorizando a entrada do veículo no país vizinho.
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