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    Guerra

    'Que dor', diz mãe de entregador de gás morto a tiros no Rio

    João Vitor foi atingido no portão do depósito onde trabalhava

    Publicado 06/04/2023 às 11:55 | Atualizado em 06/04/2023 às 14:58 | Autor: Ana Carolina Moraes
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    Jão Vitor tinha 19 anos e foi baleado no portão do depósito onde trabalhava
    Jão Vitor tinha 19 anos e foi baleado no portão do depósito onde trabalhava |  Foto: Rede social

    O entregador de água e gás João Vitor Pereira Brander, de 19 anos, foi mais uma vítima de bala perdida em comunidades do Rio. Ele foi um dos mortos no tiroteio que ocorreu em Madureira, na Zona Norte do Rio, na tarde desta quarta-feira (5). Na ocasião, Ester Oliveira, de 9 anos, também morreu. 

    João foi baleado por volta das 17h, inicialmente, durante um confronto entre facções criminosas. A mãe do jovem, abalada, publicou a foto dele com mensagens lamentando a morte do rapaz. "Meu filho, volta pra mim! Ai que dor", escreveu através das redes sociais. 

    Uma amiga de João disse ao ENFOCO que ele trabalhava no depósito há pelo menos três anos e garantiu que o jovem não tinha nenhum envolvimento com o crime. 

    “Ele estava no portão do depósito de gás onde trabalhava, no horário de almoço, quando os homens da Serrinha vieram e atiraram em todo mundo, até numa criança que tomou um tiro na cabeça. Balearam outras pessoas, uma senhora no ombro. O clima de terror é constante, não tinha polícia, foram as pessoas da Serrinha. Estamos todos em choque. Ele nunca foi traficante, era trabalhador. A guerra em Madureira não vai parar”, disse ela, que preferiu não se identificar. 

    O jovem morava em Irajá e ia para Madureira para trabalhar. No Instituto Médico-Legal (IML) do Centro do Rio, a família não quis falar com a imprensa.

    Mãe de criança com ursinho 

    Mãe de Ester Oliveira, de 9 anos, chega ao IML abraçada ao urso da menina
    Mãe de Ester Oliveira, de 9 anos, chega ao IML abraçada ao urso da menina |  Foto: Marcelo Tavares

    No confronto, a pequena Ester de Assis Oliveira, de 9 anos, também morreu baleada na comunidade. Ela voltava da escola quando ficou no meio do confronto. A família esteve no IML e a mãe não parava de chorar. A mãe dela segurava um ursinho de pelúcia da filha durante o reconhecimento de seu corpo e, em prantos, chegou a dizer: "minha menininha" e "meu Deus, por que isso?". 

    O tiroteio deixou ainda outras três pessoas feridas. Glaucy Custódio Vieira, de 48 anos, foi encaminhada ao Hospital Getúlio Vargas. Não há informações sobre seu estado de saúde.  Na mesma noite, dois homens, que deram entrada na unidade de saúde vindos de Madureira, receberam alta. 

    Os feridos seriam moradores da Comunidade do Cajueiro, em Madureira, e teriam sido atingidos durante um confronto entre criminosos.

    No momento dos incidentes, não havia ação da Polícia Militar na localidade. Equipes do 9° BPM (Rocha Miranda) reforçam o policiamento na região e atuam para estabilizar o perímetro. O caso foi encaminhado para a 29ª DP (Madureira).

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