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    Ficha extensa

    Quem é o traficante preso bebendo uísque em praia de Niterói

    Líder do CV de Mato Grosso já foi detido até em formatura

    Publicado 29/09/2025 às 14:40 | Autor: Tayná Ferreira
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    Ederson Xavier de Lima, conhecido como “Boré” ou “Xavier”, de 43 anos, apontado como líder da facção Comando Vermelho em Mato Grosso, foi preso neste domingo (28) enquanto aproveitava o dia de sol bebendo uísque na Praia de Piratininga, na Região Oceânica de Niterói. O criminoso, que possui uma extensa ficha criminal, era considerado foragido desde 18 de julho de 2024, quando teve mandado de prisão expedido por tráfico de drogas. Boré já havia sido detido diversas vezes ao longo de sua trajetória criminosa, inclusive no dia de sua formatura em um curso de Recursos Humanos (RH).

    Natural de Cuiabá (MT), Boré acumulava pelo menos oito passagens anteriores por crimes como tráfico de drogas, receptação, extorsão e participação em organização criminosa. Sua primeira prisão ocorreu em dezembro de 2010, em Mato Grosso do Sul, quando foi flagrado com um veículo de placas adulteradas. Na ocasião, foi autuado por receptação e porte ilegal de arma de fogo.

    Em setembro de 2011, foi apontado como integrante de uma quadrilha especializada em arrombamento de caixas eletrônicos em Mato Grosso, sendo identificado durante uma tentativa de violar um terminal do Banco do Brasil instalado na sede da prefeitura de uma cidade do estado.

    Histórico criminal extenso

    Em 2013, Ederson teve prisão decretada pela 13ª Vara Criminal de Cuiabá, após condenação definitiva por tráfico de drogas. Ele foi flagrado transportando grandes quantidades de entorpecentes, incluindo 2,6 kg de cocaína e 2,08 kg de maconha. A pena imposta foi de sete anos e seis meses de reclusão em regime fechado, além do pagamento de 750 dias-multa. A sentença também determinou o confisco de bens relacionados ao crime e a destruição das drogas apreendidas.

    Em 27 de fevereiro de 2019, Boré foi novamente preso. Ele e um comparsa foram condenados pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) por tráfico de drogas e associação para o tráfico. O caso estava ligado a uma quitinete em Cuiabá, utilizada como ponto de armazenamento de entorpecentes, apelidada pelos policiais de “escritório do crime”.

    Durante a operação, ambos foram abordados juntos em um veículo, portando um tablete da mesma droga encontrada no imóvel, o que reforçou a suspeita de que atuavam de forma coordenada na comercialização.

    Na quitinete, que passava por reformas, os policiais apreenderam mais de 20 kg de maconha e objetos ilícitos relacionados à falsificação de documentos veiculares. As investigações apontaram que tanto Ederson quanto o comparsa exerciam participação estável e contínua na associação criminosa, com divisão de tarefas e a clara intenção de comercializar os entorpecentes.

    Em 9 de março do mesmo ano, foi colocado em liberdade para responder aos crimes, período em que cursava RH em uma faculdade particular de Cuiabá. No entanto, a 3ª Vara Criminal da Comarca expediu um novo mandado de prisão preventiva contra ele.

    Prisão durante formatura e aulas de tiro

    Em agosto de 2019, Ederson foi novamente preso, desta vez pela Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE), dentro do Hotel Fazenda Mato Grosso, no bairro Jardim Gramado, em Cuiabá. A captura ocorreu no dia em que participava da cerimônia de formatura do curso de RH. Ele ainda era alvo de um mandado de prisão preventiva por tráfico de drogas e respondia também por receptação e adulteração de sinais identificadores de veículos. Na época, Boré já era apontado como membro da facção criminosa Comando Vermelho.

    As investigações apontam que Boré chegou a receber aulas de técnicas de tiro ministradas por um então superintendente de gestão penitenciária, posteriormente investigado por oferecer treinamento para integrantes do crime organizado.

    Vida em Niterói e captura

    A Polícia Civil de Mato Grosso não soube precisar quando Ederson se mudou para Niterói, mas acredita que ele esteja na cidade desde julho de 2024, após a emissão de um novo mandado de prisão em seu desfavor.

    Neste domingo (28), ele foi localizado na Praia de Piratininga, enquanto bebia uísque na areia ao lado de dois homens não identificados. A operação contou com trabalho de inteligência do Departamento Geral de Polícia da Capital (DGPC) e agentes da 1ª DP (Praça Mauá), em cooperação com a Polícia Civil de Mato Grosso.

    Durante a abordagem, Boré apresentou um documento falso na tentativa de enganar os policiais, mas a farsa foi desmascarada. Ele foi preso em cumprimento ao mandado por tráfico de drogas e também autuado em flagrante pelo uso de documento falso.

    Segundo a Polícia Civil, a prisão reforça a estratégia de impedir que líderes de facções utilizem o Rio de Janeiro como refúgio para se esconder da Justiça de seus estados de origem.

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    Tayná Ferreira

    Tayná Ferreira

    Repórter sob Supervisão

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