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    Investigação

    Secretário da PM admite falhas em operação durante festa no Rio

    Ação do Bope deixou um jovem morto e outros cinco feridos

    Publicado 09/06/2025 às 9:33 | Autor: Enfoco
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    Segundo o secretário da PM, o comando da corporação não foi informado previamente sobre a operação do Bope no Santo Amaro
    Segundo o secretário da PM, o comando da corporação não foi informado previamente sobre a operação do Bope no Santo Amaro |  Foto: Reprodução/ TV Globo

    O secretário de Polícia Militar do Rio, Marcelo de Menezes, declarou nesta segunda-feira (9), em entrevista ao "Bom Dia Rio", da TV Globo, que os policiais envolvidos na operação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), que resultou na morte de um jovem de 24 anos na comunidade de Santo Amaro, no Catete, “não observaram os protocolos e procedimentos da corporação”. A ação ocorreu na madrugada deste sábado (7), durante uma festa junina na comunidade.

    Menezes explicou que a avaliação dos procedimentos foi realizada após uma reunião com o governador Cláudio Castro (PL) no domingo (8), quando foi decidido o afastamento de todos os agentes envolvidos, com o objetivo de garantir a transparência das investigações. 

    “Avaliamos que os responsáveis pela operação não observaram os protocolos e procedimentos operacionais da corporação. Por conta disso, nós decidimos afastar os oficiais e todos os policiais envolvidos das ruas”, afirmou o secretário.

    Herus Guimarães Mendes foi atingido durante o que moradores descrevem como um intenso tiroteio no meio da festividade. Ele deixou um filho de 2 anos. 

    Ainda segundo o secretário, o comando da Polícia Militar não foi informado previamente sobre a operação do Bope no Santo Amaro. Ele foi notificado apenas nas primeiras horas de sábado. O secretário ressaltou que a entrada do Bope na comunidade, por volta das 3h, ocorreu em resposta a uma ação emergencial coordenada pelo Comando de Operações Especiais (COE).

    "Fui informado que o COE coordenou uma operação emergencial com o Bope, baseada em dados de inteligência que indicavam a presença de marginais fortemente armados que planejavam atacar facções rivais", explicou.


    Aspas da citação
    O policial não sai de casa para errar. Obviamente que os protocolos, esse planejamento, é um organismo vivo que a gente precisa avaliar. A gente se solidariza com a família. Não é um resultado desejável, mas cada vez mais a gente vai entregar um serviço de qualidade para a população, aperfeiçoando protocolos e procedimentos. É uma oportunidade para a gente estudar a nossa ação", disse Menezes
    Marcelo de Menezes, Secretário de Polícia Militar do Rio
    Aspas da citação

    As armas dos policiais e as câmeras corporais de todos eles foram recolhidas e serão periciadas.

    Exoneração

    Como resultado direto do ocorrido, o governador  Cláudio Castro (PL)) exonerou, no domingo (8) o coronel Aristheu de Góes Lopes, então comandante do Bope, e o coronel André Luiz de Souza Batista, do COE. Além disso, 12 policiais militares que participaram da ação foram afastados das ruas.

    A operação tem gerado grande repercussão, principalmente devido aos relatos de moradores que viveram momentos de pânico durante a festa. Familiares e amigos de Herus, que era morador da comunidade e não tinha envolvimento com o tráfico, exigem justiça e responsabilização dos envolvidos.

    O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e por órgãos de controle interno da PM. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro também está acompanhando as investigações.

    Operação planejada ou emergencial

    O secretário também enfatizou a importância de esclarecer as condições em que as operações são conduzidas.

    "Eu quero aproveitar a oportunidade para explicar para a população a diferença de uma operação planejada, que é aquela produzida pela área técnica da corporação de maneira antecipada, e uma operação emergencial, em que o responsável precisa cumprir vários requisitos", destacou Menezes.

    Ele destacou alguns critérios essenciais, como a avaliação de risco (analisando o impacto potencial da operação na comunidade), o princípio da oportunidade (considerando o melhor momento para realizar a ação, como a presença de eventos na área), e, principalmente, o foco na preservação das vidas.

    O secretário Menezes também afirmou que a conduta dos agentes será minuciosamente investigada. “A execução da operação será apurada. Todas as testemunhas serão ouvidas, as perícias realizadas e as imagens das câmeras ajudarão a esclarecer o que realmente aconteceu naquela madrugada”, declarou o secretário.

    Ele enfatizou ainda que os policiais não podem ser julgados antecipadamente, ressaltando que as imagens das câmeras corporais serão cruciais para esclarecer os acontecimentos da madrugada de sábado.

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