Sob gritos de 'justiça', familiares pedem soltura de Caio Telles

Sob gritos de justiça e não ao racismo, familiares e amigos pedem soltura do jovem Caio Telles, 20 anos, acusado de roubar uma moto, no último dia 22, em São Gonçalo. Nesta segunda (7), o grupo se reuniu na frente do Fórum Juíza Patrícia Lourival Acioli, no Colubandê, para protestar contra a prisão. Segundo a família, Caio é inocente. O advogado dele, Douglas de Assis, fez novo pedido de revogação da prisão.

A mãe do rapaz, Rosângela Telles, de 60 anos, falou que ainda não consegue dormir, mas agradeceu pelo apoio que vem recebendo. 

"A gente toma tanta pancada... É um caso aqui de um negro que foi morto, é um caso aqui de um negro que foi preso injustamente, é o caso de um negro trabalhador que foi mexer na chave para entrar na sua própria residência e é executado... As pessoas que estão aqui, que se disponibilizaram, não são nem sombra da quantidade de pessoas que gostariam de estar aqui. Mas as pessoas têm seus compromissos, trabalham e não podem. Mas esse apoio tomou uma proporção absurda, porque minha família é bastante conhecida. As pessoas estão abraçando a causa", disse a mãe. 

No dia 22 de fevereiro, Caio saía de casa, no Laranjal, por volta das 13h, para ajudar um amigo que estava de mudança, quando foi abordado por policiais do 7º BPM (Alcântara), sob acusação de ter roubado uma moto. A PM diz que ele foi reconhecido por vítimas. No entanto, de acordo com os familiares, Caio sequer estava perto da cena do crime. Também não foram encontrados com ele o veículo roubado, nem a arma que foi usada no crime. Mesmo assim, ele foi encaminhado para 74ª DP ( Alcântara)  e transferido para o sistema prisional de Benfica, Zona Norte do Rio de Janeiro. 

A família ainda não conseguiu nenhum contato com o jovem desde a prisão. A irmã mais velha, Karina Telles, de 22,  disse que está revoltada com a falta de contato com o irmão. "A gente não tem notícia nenhuma dele, não consegue contato com ele. Isso é muito angustiante".