Sandra Lúcia Bouyer Rodrigues, médica que foi agredida com socos e chutes por um homem e uma mulher na madrugada desta segunda-feira (17), no Hospital Municipal Francisco da Silva Telles, em Irajá, na Zona Norte do Rio, postou um desabafo em suas redes sociais sobre o ocorrido. No texto escrito pela profissional, ela relatou que estava sozinha durante o plantão.
"Tenho mais de 30 anos de atuação na Saúde do Município. Com orgulho. Nessa madrugada, fui vítima da precariedade e insegurança dos trabalhadores na Saúde. Agredida fisicamente por um homem que não soube ouvir 'Não' e sua filha completamente alterados, enquanto ele e outros destruíam portas, cadeiras e ameaçavam pacientes e toda a equipe", escreveu a médica.
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Sem nenhum segurança. Resultado 5 pontos na boca, equimose, arranhões, polícia, delegacia, IML. E tudo isso assumindo um plantão SOZINHA com mais de 60 pacientes internados. Desabafo" , escreveu Sandra
De acordo com o delegado Geovan Omena, da 27ª DP (Vicente de Carvalho), responsável pelo caso, os suspeitos chegaram no hospital para atendimento, já que o homem tinha um corte em uma das mãos.
“Ele passou pela triagem e [os enfermeiros] viram que o corte não tinha sido grave. Pediram ao hospital que ele aguardasse um pouco, que ele logo seria atendido. A partir daí, eles desencadearam uma fúria injustificável e começaram a quebrar o hospital”, detalhou.
O caso
André Luiz do Nascimento Soares deu entrada no Hospital Municipal Francisco da Silva Telles, em Irajá, na Zona Norte do Rio, por volta das 3h30 da madrugada desta segunda (17), com um corte no dedo da mão esquerda. Acompanhado dele, estava sua filha, Samara Kiffini do Nascimento Soares, de 23 anos. Com a demora no atendimento, os dois se exaltaram e começaram a depredar a unidade de saúde.
Sandra Lúcia, que estava de plantão na unidade, ouviu a situação e se dirigiu ao local onde pai e filha estavam, foi quando as agressões começaram. André chegou a simular que estava armado.
Logo em seguida, o suspeito e a filha foram para a sala vermelha, onde ficam os pacientes mais graves, e lá estava Arlene Marques da Silva, de 82 anos, que estava passando por um atendimento.
Ela demandava um acompanhamento mais de perto e, quando a confusão se instalou no local, ela teve uma parada cardiorrespiratória e ninguém conseguiu socorrê-la. Quando a Polícia Militar chegou e estabilizou a situação, a vítima já estava morta.
Com a confusão, André Luiz do Nascimento Soares e Samara Kiffini do Nascimento Soares foram presos em flagrante pela Polícia Militar e encaminhados para a 27ª DP (Vicente de Carvalho). Em seguida, os dois foram transferidos para o presídio de Benfica.
Na saída da delegacia, Samara chegou a desferir ameaças contra a médica Sandra Lúcia Bouyer. “Ela virou para a médica que estava sendo ouvida e disse 'toma cuidado, quando eu sair eu vou lá e vou te matar de tanto te bater'. A partir daí, ela recebeu voz de prisão por coação no curso do processo, já que é uma ameaça que envolve um inquérito policial ou procedimento judicial”, disse o delegado.
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