O produtor Bruno de Souza Rodrigues, principal suspeito de ser o assassino do ator Jeff Machado, tentou organizar eventos no hostel, onde teria ficado escondido por pelo menos cinco dias, no Morro do Vidigal, na Zona Sul do Rio, antes de ser preso na última quinta-feira (15).
Para conseguir alugar o quarto de número 12, Bruno decidiu mudar de nome e passou a se chamar Natan. Conversas entre ele e José Silva, dono da Laje do Neguinho Hostel, mostram que o produtor tentou realizar eventos para movimentar o local.
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"Bom dia, Neguinho. Tudo bem? Eu sou o inquilino do quarto 12. Quando você estiver mais tranquilo, vamos trocar uma ideia sobre aquela parada de montar eventos na sua laje. Acordei, fui lá olhar com calma e a cabeça já tá fervendo de ideias", disse Bruno.
"Se tiver disposto a entrar comigo eu vou dar o meu melhor pra gente fazer essa laje bombar de novo. Me diz depois que horas no dia de hoje a gente pode trocar uma ideia", completou Bruno.
Nesta terça-feira (20), José Silva prestou depoimento na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA). Ele contou que Bruno se apresentou com o nome falso e não sabia que ele era o criminoso que estava sendo procurado. Os agentes da DDPA investigam se Bruno foi favorecido por alguém enquanto fugia para não ser preso.
Durante audiência de custódia no sábado (17), o Juiz Rafael Rezende, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), manteve a prisão temporária do produtor. Bruno era considerado foragido da Justiça desde 1º de junho, quando foi expedido um mandado de prisão contra ele. O outro suspeito do crime, o garoto de programa Jeander Vinícius, foi preso pela Polícia Civil no dia seguinte.
CRIME BÁRBARO
Jefferson Machado da Costa desapareceu no dia 27 de janeiro, e seus restos mortais foram encontrados no dia 22 de maio depois de uma extensa investigação. O corpo do ator estava dentro de um baú de madeira, com as mãos amarradas, que foi enterrado e concretado com dois metros de profundidade, no terreno em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. A identificação do ator foi feita após uma análise das digitais de Jeff no IML.
A defesa de Bruno de Souza Rodrigues, amigo de Jeff Machado considerado principal suspeito pela morte do ator e indiciado pela polícia, admitiu que o produtor usou o celular e o cartão do ator se passando por ele.
Segundo os advogados João Maia e Pedro Moutinho, o produtor não matou Jeff, mas ajudou a ocultar o corpo na casa em que ele mesmo alugou a mando de uma terceira pessoa, cujo nome revelado foi apenas Marcelo. O dinheiro sacado da conta de Jeff teria sido usado para cobrir os gastos das despesas da ocultação de seu cadáver.
Apesar da acusação de Bruno sobre o assassino, a polícia nega que essa terceira pessoa exista. A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) pediu, no dia 31 de maio, a prisão de Bruno Rodrigues e o garoto de programa Jeander Vinícius da Silva Braga por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
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