Denúncia

Técnica de enfermagem acusa presidente do Cremerj de assédio

Caso foi registrado na Deam de Duque de Caxias

Clovis Munhoz é investigado por assédio sexual no exercício da profissão
Clovis Munhoz é investigado por assédio sexual no exercício da profissão |  Foto: Divulgação
 

O cirurgião ortopédico Clovis Munhoz, atual presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj), é mais um médico a ser acusado de assédio sexual em seu ambiente de trabalho. Ele foi denunciado por uma técnica de enfermagem, de 26 anos, de ter feito comentários sexuais no centro cirúrgico. Ela diz ainda que o hospital não tomou nenhuma providência a respeito, levando-a  pedir demissão.

De acordo com informações do jornal O Globo, a jovem registrou a ocorrência na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Duque de Caxias. Após o registro, o caso foi transferido pela delegada Fernanda Fernandes para a 9ª DP (Catete), próximo ao local onde o fato teria ocorrido. 

Um inquérito policial está em curso já com indiciamento do médico pelo crime de assédio. Na Justiça do Trabalho, também tramita processo movido pela suposta vítima. Ainda segundo O Globo, em declaração, a mulher disse que o cirurgião ortopédico se dirigia a ela com frases como “se eu beijar o seu pescoço, você vai gozar rápido” e “você é muito quente” durante um procedimento que realizaram juntos no ano passado.

Rafael Barcia, Titular da 9ª DP,  disse ao jornal que dará prioridade ao inquérito e espera concluir até o fim deste mês.

"Não terminei o inquérito, mas, em tese, o comportamento do médico, como chefe da técnica, causando esse tipo de constrangimento de cunho sexual, configuraria crime de assédio." disse

De acordo com a denúncia, o comportamento e algumas falas do médico teriam causado constrangimento de cunho sexual, o que configuraria assédio. O crime teria acontecido dentro de uma sala de cirurgia na Zona Sul do Rio

O médico chegou a ser procurado, mas não respondeu. A Cremerj se posicionou através de nota. 

"O órgão afirma que, em agosto de 2021, foi informado pelo estabelecimento Hospitais Integrados da Gávea S/A (Glória D’Or) sobre a investigação da 9ª DP, em que Munhoz era citado. “À época, foi instaurado procedimento administrativo no conselho solicitando esclarecimentos a respeito do caso, e ele prestou todas as informações, comunicando, inclusive, não ter proferido nenhuma das palavras ali mencionadas”. A entidade acrescenta que o médico informou ao conselho que, no dia do fato narrado pela técnica, "havia feito outras cirurgias, e que estavam presentes na sala outras pessoas, como médicos, enfermeiras e instrumentadores (...) "Após apuração interna, não foi encontrado nada em nome de Clovis Bersot Munhoz, razão pela qual ele tomou posse da presidência do CREMERJ em fevereiro de 2022."  

O Cremerj é o órgão que deve votar pela cassação do também médico Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, que chocou o Brasil após ser preso acusado de estuprar uma paciente que estava em trabalho de parto no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti. 

Ainda na nota, o Cremerj “reafirma o seu repúdio por qualquer tipo de assédio e trabalha junto das autoridades para coibir essa prática criminosa.”

 Em atualização*

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