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    Polícia

    Tristeza e manifestação na Zona Sul de Niterói

    Publicado 12/08/2019 às 19:52 | Autor: Tiago Souza
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    O jovem morreu após ser baleado nas costas. Foto: Divulgação - Rede Social

    "Ele era um moleque bom, dedicado e sonhador", assim moradores e amigos descreveram Dyogo Xavier Coutinho, de 16 anos, morto ao ser atingido por um tiro no início da tarde desta segunda-feira (12) durante um confronto entre policiais do Batalhão de Choque e do Batalhão de Ações com Cães (BAC), na comunidade da Grota, no bairro São Francisco, em Niterói. 

    Segundo moradores, por volta das 12h40, o jovem saiu de casa para buscar a mochila e a chuteira na casa de um amigo, para ir ao treino no Clube América, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Mas nesse meio-tempo o jovem foi baleado nas costas.

    O jovem mandou uma mensagem para um amigo minutos antes de ser baleado. Foto: Colaboração/Tiago Souza

    “Eles arrombaram e invadiram a casa de um morador, que fica na Rua Albino Pereira, em seguida eles viram Dyogo que estava com a mochila nas costas e atiraram”, disse um morador que preferiu não se identificar.

    Moradores da comunidade acusam policiais do Choque de terem efetuado o disparo.  

    Após a morte do adolescente, que morava com o pai e o avô, a comunidade ficou de luto. 

    Protesto

    Com uma faixa, moradores perguntam até quando inocentes serão vítimas de ações policiais nas comunidades. Foto: Divulgação

    “Se ele fosse um garoto com outro desvio de conduta não teria esse movimento todo da comunidade, a comunidade está arrasada. Sabemos que a PM tem que fazer seu trabalho, mas faça com respeito, sempre tem que ter um inocente morto?”, disse outro morador. 

    Dyogo ia realizar testes em outro clube nos próximos dias.

    Uma moradora foi atingida por uma bala de borracha em uma das pernas. Foto: Colaboração/Tiago Souza

    Durante a operação, uma moradora foi atingida por uma bala de borracha quando filmava uma abordagem policial.

    "Eu estava gravando os policiais xingando os meninos e falando 'vai morrer', então eu peguei o celular e comecei a gravar, foi aí que um policial efetuou um tiro de borracha na minha perna", contou a moradora.

    Após saber da morte do jovem moradores da comunidade protestaram fechando a Estrada da Cachoeira, que foi totalmente interditada, em diferentes pontos. 

    Ônibus incendiado

    Um coletivo da viação Pendotiba, linha 37 que faz o trajeto Badu - Centro, foi incendiado. Pelo menos 15 passageiros estavam no ônibus, no momento da ação, mas conseguiram sair a tempo. Ninguém ficou ferido. 

    "O pessoal começou descer correndo porque os manifestantes estavam batendo no coletivo com madeiras. Os manifestantes me obrigaram a parar o ônibus atravessado na Rua Tocantins, em seguida o coletivo foi incendiado", disse o motorista.  

    Por volta das 17h30, o veículo que ficou completamente destruído, começava a ser removido por um carro de reboque, do consórcio Transoceânico. No mesmo horário, a Companhia de Limpeza de Niterói (CLIN) retirava os entulhos que ficaram espalhados pela via.

    Baleado 

    Durante a manifestação, um homem que estava entre os manifestantes, foi baleado na perna direta. Ele foi algemado e precisou de socorro médico. 

    Segundo a Polícia Militar, o rapaz estaria em um grupo com cerca de dez integrantes que estariam armados tentando impedir que veículos trafegassem pela via. Com ele nenhum material ilícito foi encontrado. 

    Detidos

    Durante a manifestação 18 pessoas foram detidas e levadas para a Central de Flagrantes (76ª DP), no Centro. Segundo a Polícia Militar, pelo menos cinco teriam contribuído para atear as chamas no ônibus.

    A PM também apreendeu documentos e celulares de alguns deles e somente após a prestação de depoimento deve liberar os pertences. A ocorrência será registrada na 79ª DP (Jurujuba).

    Reforço

    O policiamento foi reforçado na região com apoio do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidões (RECOM), Policiais Militares do Grupamento de Ações Táticas (GAT) do 12ºBatalhão da Polícia Militar de Niterói, e policiais do Batalhão de Choque.

    Colaborou - Ezequiel Manhães

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