Terror

Veja passo a passo da ação de sequestrador em ônibus no Rio

Paulo Sérgio de Lima fez 16 reféns durante três horas

Câmeras de segurança flagraram toda a ação de Paulo Sérgio
Câmeras de segurança flagraram toda a ação de Paulo Sérgio |  Foto: Reprodução

Câmeras de segurança da rodoviária Novo Rio e do ônibus sequestrado flagraram toda a ação de Paulo Sérgio de Lima, acusado de manter 16 passageiros reféns em um coletivo da Viação Sampaio, que tinha como destino Juiz de Fora, em Minas Gerais, na última terça-feira (12).

A partir das imagens, foi possível fazer uma cronologia e todo o passo a passo do criminoso desde o momento em que atira pela primeira vez até o momento da sua rendição aos agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar. 

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Compra da passagem 

Às 13h51, Paulo Sérgio é flagrado comprando a passagem no guichê da Viação Sampaio com dinheiro. Segundo seu depoimento, já neste momento, ele achou que estava sendo monitorado por policiais.

Paulo Ségio comprou passagem diretamento no guichê da viação Sampaio
Paulo Ségio comprou passagem diretamento no guichê da viação Sampaio |  Foto: Reprodução

Por volta das 14h38, o motorista tenta resolver uma falha mecânica no ar-condicionado do veículo. O sequestrador havia comprado uma passagem para o primeiro andar do ônibus, mas não foi o que ele fez. Neste mesmo momento, ele aparece subindo as escadas para o segundo andar.

Por conta do calor dentro do ônibus, alguns passageiros descem do veículo, inclusive Paulo Sérgio, cerca de 10 minutos depois do embarque. Estes esperam do lado de fora.

Primeiros disparos

Já às 14h55, o sequestrador retorna ao ônibus. Segundos depois, ele vê um homem subindo as escadas e ergue as mãos como estivesse se rendendo. Logo depois, aparentemente nervoso, ele mostra que está armado e parece querer entregar sua arma.

No entanto, em seguida, ele vai até a janela do ônibus e começa a atirar para o lado de fora. De acordo com a Polícia Militar, nesta hora, foram disparados sete tiros. Ainda de acordo com as investigações, foi neste momento que Bruno Lima da Costa Soares, que estava na área de embarque, foi atingido. 

Passageira é feita refém

Dentro do ônibus, os passageiros, assustados, tentam fugir, enquanto outros buscam se esconder do criminoso. No primeiro andar, duas mulheres conseguem escapar, enquanto outras duas foram pegas por Paulo Sérgio, que as fazem de escudo. Logo depois, uma passageira é liberada.

Após os tiros, o criminoso exige que a passageira que está com ele ajude a fechar as cortinas do ônibus, para dificultar a visão dos policiais. Em seguida, ele coloca a mulher de joelhos e aponta a arma para ela.

Polícia isola rodoviária

Depois de muito corre-corre, por volta das 15h01, a polícia começa a esvaziar a rodoviária e isola a área. A passageira que está com Paulo Sérgio é feita refém por cerca de 20 minutos.

Às 15h19, a passageira não é mais vista com ele e Paulo Sérgio começa a andar sozinho pelo ônibus. Foi neste momento que ele efetua mais dois disparos para o lado de fora. Cinco minutos depois, ele atira novamente e se esconde.

Paulo Sérgio se entrega

Durante todo este tempo, os policiais negociam a rendição de Paulo Sérgio. Depois de quase três horas, ele se aproxima da porta com uma refém e se entrega. Quando o relógio marcava 17h50, ele finalmente deixa o ônibus.

Enquanto isso, os agentes do Bope se aproximam e prendem Paulo Sérgio. Logo depois, os policiais entram no ônibus e liberam os passageiros.

Preso

Depois que foi preso, Paulo Sérgio foi encaminhado à 4ª DP (Praça da República), para prestar depoimento. Ele passou a noite no local e, no dia seguinte, foi transferido para o presídio José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio.

Na saída da delegacia, o criminoso afirmou que teve a sua "viagem interrompida pelos policiais". Paulo Sérgio disse que estava sendo perseguido por agentes à paisana.

“Minha tarde foi interrompida pelos policiais. Me atrapalharam os policiais. Quatro civis disfarçados atrapalharam a minha viagem”, disse o sequestrador ao deixar a 4ª DP (Praça da República).

Paulo Sérgio afirmou que estava tentando fugir para Minas Gerais por temer retaliações de traficantes. Ele será transferido para um presídio neutro, já que ele afirmou que pertence ao Comando Vermelho (CV) e tem desavenças com traficantes da Rocinha.

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