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    Violência contra mulher faz 344 vítimas por dia no Rio

    Dados foram divulgados pelo Dossiê Mulher

    Publicado 31/10/2023 às 12:30 | Autor: Manuela Carvalho
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    Levantamento apontou ainda que mais de 125 mil mulheres foram vítimas de violência doméstica e familiar no mesmo ano.
    Levantamento apontou ainda que mais de 125 mil mulheres foram vítimas de violência doméstica e familiar no mesmo ano. |  Foto: Marcos Santos / USP

    Pelo menos 344 mulheres sofreram algum tipo de violência a cada 24h no estado do Rio no ano passado. Os números apontam ainda que aproximadamente 21 mil das vítimas foram violentadas fisicamente, psicologicamente e moralmente ao mesmo tempo.

    Os dados são do Dossiê Mulher 2023, levantados pelo Instituto de Segurança Pública, e apresentado na manhã desta terça-feira (31), em coletiva no Centro do Rio. Eles apontam ainda que mais de 125 mil mulheres foram vítimas de violência doméstica e familiar no mesmo ano.

    "Havia relatos de mulheres que sofreram violências constantes e simultâneas. Esse problema não se dá de maneira isolada, impacta na vida da mulher vítima, como também naqueles que estão ao seu redor, como a família", disse Marcela Ortiz, presidente do ISP.

    A pesquisa destaca ainda, de forma inédita, a idade dos autores do crime, que variam entre 30 a 59 anos. Dentre os autores até 17 anos, prevaleceu a prática de violência física. Para chegarem aos números, casos foram reunidos de todas as delegacias do estado.

    Segundo levantamento, 125 mil mulheres foram vítimas de violência doméstica e familiar em 2022

    "Entre as novidades dessa edição, concluímos o perfil da idade etária dos agressores. Outra inovação foi a participação da Secretaria da Mulher, em especial nos programas de acolhimento às vítimas. Nossos dados puderam sair das prateleiras para poderem embasar as medidas estaduais", pontua.

    O novo Dossiê diz ainda que 43.594 mulheres foram vítimas de violência psicológica, e 67,6% dos casos foram cometidos por alguém conhecido. As vítimas tinha em torno de 30 e 59 anos, sendo mais da metade mulheres negras.

    "Números aumentados, mas a gente acredita que esses números aumentaram por conta de todos os serviços que o Governo do Estado vem apresentando. A gente tem certeza que as mulheres estão sendo, cada vez mais encorajadas [a denunciarem]", avaliou a titular da Secretaria da Mulher, Heloísa Aguiar.

    Feminicídio

    Estudo foi elaborado pelo ISP e apresentado em uma coletiva no Centro do Rio nesta terça (31)
    Estudo foi elaborado pelo ISP e apresentado em uma coletiva no Centro do Rio nesta terça (31) |  Foto: Lucas Alvarenga

    Segundo a pesquisa, 111 mulheres foram vítimas de feminicidio no estado. Esse número representa um aumento de 30%, se comparado com o ano anterior. Dentre as vítimas, pelo menos 52 já haviam sofrido violência, mas não procuraram as autoridades policiais, conforme o levantamento.

    Três destas mulheres foram mortas no mesmo dia, em diferentes pontos do estado: Ysabelli Cristina de Souza, de 18 anos, Letícia Dias Santana, de 27, e Sarah Jersey Nazaré, de 24.

    Familiares da jovem Ysabelli Cristina de Souza, de 18 anos, acompanharam a retirada do corpo da jovem, na Estrada dos Cajueiros, em Maricá. A moça desapareceu em julho de 2022 e foi encontrada no mesmo mês, morta, sem roupas, em uma região de matagal.

    Muito abalada, Lucimara Dias gritava pelo nome da filha e, sem acreditar no que estava acontecendo, afirmava que 'Não é ela não'. A mãe dizia frases como: 'Vem filha, mamãe tá te esperando'; e 'Belinha, mamãe tá aqui'. O suspeito de cometer o crime foi preso.

    Dentre as vítimas, o estudo mostra que em 17 dos casos, os filhos presenciaram as mães sendo mortas. Como foi com Letícia, esfaqueada até a morte pelo ex-marido, na frente dos dois filhos, dentro da Associação de Moradores de Piratininga, em Niterói.

    No Rio, Sarah Jersey Nazareth, de 24 anos, foi morta a tiros dentro de um apartamento no bairro Santa Teresa. Os filhos dela um de dois meses e outro de 4 anos, presenciaram o crime. O ex-companheiro, Queven da Silva, confessou o crime.

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