Violência
Zona Sul ou Região Oceânica: qual orla de Niterói é mais segura?
Números mostram realidades diferentes nas duas regiões

As orlas de Niterói vêm apresentando realidades distintas quando o assunto é segurança pública. Moradores e comerciantes apontam um ambiente mais seguro em bairros como Icaraí, São Francisco e Charitas. Em contrapartida, a Região Oceânica teve recente aumento expressivo no número de roubos, revelando um contraste que chama atenção.
De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), a 77ª DP (Icaraí) registrou 24 roubos em abril deste ano, uma pequena queda em relação aos 26 casos do mesmo mês em 2024. Na área da 79ª DP (Jurujuba), que abrange parte de São Francisco e Charitas, foram 18 registros em abril de 2025, contra 16 no ano anterior, variação considerada estável.
Já na Região Oceânica, o aumento foi significativo: 25 roubos em abril deste ano, contra apenas seis em abril de 2024.
Para quem vive do comércio na orla, a tranquilidade tem feito diferença no dia a dia. A vendedora Hortência Campos, de 57 anos, que trabalha há quatro décadas em um quiosque na Praia de Icaraí, relata nunca ter presenciado assaltos no local.

Graças a Deus, nunca fui roubada aqui. Nem eu, nem ninguém dos quiosques que conheço. A gente se sente protegido.
A aposentada Norma Vieira, de 68, que mora em São Francisco, também destacou a melhora no clima de segurança.
“Já tive medo de sair sozinha, mas agora ando pelo calçadão até à noite. A presença policial tem feito diferença”, comentou.
Em Charitas, frequentadores também notam a presença de patrulhamento, embora reconheçam que ainda há receio em pontos isolados. O estudante Pedro Ramos, de 19 anos, que costuma pedalar na orla, comentou.
“Tem policiamento sim, mas o movimento de gente ajuda também. Aqui é mais tranquilo, dá pra vir com a galera sem medo”, contou.
Realidade diferente
Já o universitário Lucas Freitas, de 22 anos, que mora em Piratininga, lamenta o aumento de roubos na Região Oceânica.
“A gente fica refém da sorte. O policiamento não dá conta. Muita gente evita sair a pé ou ir à praia com celular”, disse.
A moradora Suzana Campos, de 23 anos, disse que tem medo de transitar pela regão: “Tem que ter mais policiamento, temos insegurança, medo”, pontuou.
O aposentado Cleber da Matta, mora em Itacoatiara. Ele contou que além de roubos, já houve invasão de casa na região.

Recentemente houve o roubo de um carro, mas o que chamou ainda mais a atenção dos vizinhos foi a invasão de uma casa, a família foi feita refém.
O que diz a PM
Procurada, a Secretaria de Estado de Polícia Militar informou, através do comando do 12º BPM (Niterói), que a diminuição da criminalidade é atribuída a estratégias de policiamento baseadas na análise criminal, que identificam os pontos com maior incidência de delitos e direcionam o efetivo policial de maneira mais eficaz.
"O batalhão tem reforçado diariamente o policiamento na Zona Sul de Niterói com os serviços de Patrulhamento Tático Motorizado, três setores de Rádio Patrulhas, Motocicletas, "Patrulha do Idoso 60+" (Programa de acompanhamento para a proteção de idosos), três Equipes do Regime Adicional de Serviço (RAS), além de equipes do PROEIS Niterói, este contratado pela Prefeitura Municipal", enfatiza.
Além disso, de acordo com a PM, a operação "Praia" vem sendo realizada nos finais de semana e feriados, nas praias da Baía de Guanabara e da Região Oceânica da cidade.
"Os recentes dados de queda nos índices de assaltos nas orlas da Zona Sul de Niterói refletem o reforço do policiamento ostensivo, com integração e tecnologia. A manutenção dessas ações é essencial para consolidar a tendência de redução da criminalidade e fortalecer a percepção de segurança em toda a cidade", enfatiza a Corporação.
O programa Segurança Presente, que também realiza operações na cidade, não respondeu sobre o assunto até a postagem desta reportagem.


Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!