Contrapontos

Antigo Comperj, em Itaboraí, é citado em debate presidencial

Lula e Bolsonaro argumentaram sobre funcionamento do polo

Segundo turno acontece no dia 30 de outubro
Segundo turno acontece no dia 30 de outubro |  Foto: Reprodução
 

O pleno funcionamento do Polo GasLub, antigo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, no Rio de Janeiro, foi citado neste domingo (16), em confronto direto dos candidatos a presidente Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante debate na TV Bandeirantes.

No terceiro bloco, eles focaram em assuntos como denúncias de corrupção e desvio de recursos da Petrobras em anos anteriores. 

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"Itaboraí virou uma cidade fantasma lá no Rio de Janeiro. Estamos começando a recuperar isso daí [...] Você entregou para partidos políticos diretorias da Petrobras, fez um leilão em troca de apoio no parlamento, botava gente indicada por grupos partidários e o pessoal entrava para saquear. E você, com os votos caindo para aprovar propostas, você se refestelava", acusou Bolsonaro.

Lula respondeu ao adversário dizendo que a transparência durante o seu governo levou a prisão de culpados.

"Se houve corrupção na Petrobras, prendeu-se o ladrão que roubou, acabou. Prendeu porque houve investigação, porque no nosso governo nada era escondido. A gente não tinha sigilo do filho, da filha, do cartão de crédito, das casas, nada. Era o Portal da Transparência e a Lei de Acesso à Informação", disse Lula.

Segundo o petista "o polo petroquímico de Itaboraí estava 85% pronto", quando a Petrobras tornou-se alvo de denúncias.

"Seria o maior que o país poderia ter. Está parado, porque se levantou muita denúncia, não se provou metade das denúncias e tá lá enferrujando e quem sabe privatizado a troco de banana", emendou.

Conforme a Petrobras, quando estiver em pleno funcionamento, o Polo Gaslub vai processar diariamente 21 milhões de metros cúbicos (m³) de gás do pré-sal da Bacia de Santos, o que representa 20% do consumo nacional.

A Operação Lava Jato que investigou fraudes e pagamento de propina em contratos da Petrobras firmados com construtoras e empreiteiras prejudicou o andamento das obras. 

As investigações levaram à prisão de ex-diretores da estatal e donos e executivos das maiores construtoras do país.

Foi em junho de 2006, que o então presidente Lula esteve em Itaboraí para lançar a pedra fundamental daquele que seria o maior empreendimento da história da Petrobras, o antigo Comperj. O anúncio oficial da construção do polo petroquímico havia ocorrido em 28 de março daquele ano.

Com uma previsão inicial de investimento de US$ 6,5 bilhões, a obra deveria ficar pronta em 2011 com cerca de 45 quilômetros quadrados (km²) de área, duas refinarias, uma planta de processamento de gás natural e uma planta petroquímica de última geração. 

A construção da atual Gaslub foi postergada e seu futuro ainda é considerado incerto. O encarecimento das obras, a queda do preço do barril de petróleo e a concorrência do gás de xisto nos Estados Unidos afetaram a continuidade do projeto.

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