Eleições 2022
Bolsonaro alfineta adversário e cita STF em discurso
PL confirmou sua candidatura para disputar a reeleição
O Partido Liberal confirmou Jair Bolsonaro como candidato para a reeleição deste ano, durante evento neste domingo (24), no Maracanãzinho, Zona Norte do Rio. Durante a convenção, o atual chefe do executivo criticou seu adversário político e incitou um ato contra o STF.
Bolsonaro chegou na convenção por volta das 11h20, acompanhado da primeira-dama Michelle Bolsonaro e do filho Flávio Bolsonaro (PL-SP). O general Walter Braga Netto (PL) foi oficializado como vice para disputar a presidência.
Marcos Feliciano (PL-SP), a pedido de Bolsonaro, deu início à convenção com uma oração. Logo em seguida, a palavra foi passada para Michelle, quem relembrou a facada desferida contra o presidente em 2018.
"Não tem sido fácil. Passa um filme pelas nossas cabeças. Há 4 anos nós passamos por essa experiência e não tínhamos ideia do que íamos enfrentar. Quando eu cheguei na Santa Casa e vi meu marido deitado naquela maca, desconfigurado, eu olhei para o teto do hospital e falei 'o senhor tem o controle de todas as coisas'. Foi a preço de sangue estarmos aqui. Essa nação é abençoada, próspera, rica. Ela só foi mal administrada", disse Michele.
Tomando a frente, Bolsonaro subiu ao palanque e falou em comunismo, associando o movimento político ao seu adversário, o ex-presidente Lula (PT).
Esse é um país onde todos tem oportunidade. A nossa missão é não atrapalhar a vida de vocês. É cada vez mais tirar o estado de cima de vocês. Estado forte, povo fraco. Minha missão é não ver, sentado naquela cadeira, um comunista
Bolsonaro relembrou as medidas sanitárias adotadas no início de 2020, no qual era solicitado por autoridades o isolamento social, e comparou o fato à atual situação econômica do país.
"O mundo todo sofrendo as consequências daquela política que eu fui contra, 'Fique em casa'. Todos vocês sofreram com isso, não só vocês brasileiros apenas, o mundo todo. Em 2020 obrigaram todos a ficarem em casa, eu falei: vamos combater o vírus e fazer com que a economia não seja destruída", relembra Bolsonaro.
O candidato também exaltou o atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), e chegou a citá-lo como um dos apontes para a redução no preço do combustível.
Voltando então a mencionar Lula, Bolsonaro acrescentou seu desfavor ao governo petista e mencionou um possível debate com o ex-presidente, durante a campanha eleitoral.
"Esse mesmo cara que quer legalizar o aborto no Brasil, esse mesmo cara que quer legalizar as drogas no Brasil. Não terei adjetivo para qualificá-lo aqui nesse momento, quem sabe no debate", disse.
Ataque ao STF
O presidente também citou o Supremo Tribunal Federal (STF), discursando que, agora, no seu governo, as coisas ficaram mais claras para o eleitorado.
"Formar Ministério não foi fácil, muita gente queria que fossem formados a exemplo de outros governos. Vocês hoje conhecem os nossos ministros, deputados federais, senadores. Sabem também o que é o Supremo Tribunal Eleitoral", disse e, logo em seguida, vaias tomaram conta do espaço.
O candidato, então, convocou seus apoiadores para irem às ruas mais uma vez, no dia 7 de setembro, em um ato contra o STF.
"Esses poucos surdos de capa preta têm que entender o que é a voz do povo. Têm que entender que quem faz as leis é o Poder Executivo e o Legislativo. Todos têm que jogar dentro das quatro linhas da Constituição. Interessa para todos nós. Não queremos o Brasil dominado por outra potência", finalizou.
Pesquisas
A última pesquisa divulgada pelo Datafolha aponta Bolsonaro com 28% das intenções de voto, logo atrás do rival Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que aparece com 47%.
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