Processo

Cassação do deputado Arthur do Val é aprovada na Alesp

Caso será apreciado no plenário da Assembleia

Deputado foi alvo de críticas após áudios vazarem com falas machistas em relação às mulheres ucranianas em março durante visita ao país
Deputado foi alvo de críticas após áudios vazarem com falas machistas em relação às mulheres ucranianas em março durante visita ao país |  Foto: rede social
 

Por unanimidade, os deputados do Conselho de Ética aprovaram a cassação do deputado estadual Arthur do Val (União Brasil) durtante votação na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), na tarde desta terça-feira (12). Do Val responde processo na Casa por conta das falas consideradas machistas, depois de uma visita à Ucrânia em março. Na ocasião, o político disse que as ucranianas eram "fáceis por serem pobres", frase que foi gravada em um áudio enviado a amigos do parlamentar. A fala não pegou bem em seu partido, que abriu procedimento para expulsá-lo da sigla, mas ele se antecipou e deixou a legenda antes de haver alguma punição. 

Por dez votos a favor e nenhum contra, os parlamentares optaram por seguir o voto do relator, o vereador Delegado Olim (PP), que pediu a cassação do político. Durante a votação, houve registros de tumultos, marcados por protestos de mulheres ucranianas que moram no Brasil. Grupos pró e contra o deputados tomaram as galerias da Assembleia. Um assessor do deputado Gil Diniz (PL) foi agredido por um correligionário do Mamãe Falei. 

Votaram a favor da cassação os deputados Maria Lúcia Amary, Barros Munhoz, Enio Tatto (PT), Adalberto Freitas (PSDB), Wellington Moura (Republicanos), Delegado Olim (PP), Erica Malunguinho (PSOL), Campos Machado (Avante) Marina Helou e Estevam Galvão (União). 

O deputado era cotado para concorrer a uma vaga no Executivo paulista nas eleições de outubro deste ano pelo partido, mas após o episódio, retirou seu nome para a disputa do cargo. A atitude do parlamentar também não pegou bem para o então candidato à Presidência da República, Sérgio Moro (União Brasil), então no Podemos, que cobrou do partido um duro posicionamento para o caso. Arthur relatou pelas redes sociais em seguida que retirava sua candidatura por não querer manchar o caminho do então postulante ao Palácio do Planalto. 

À época, ele confirmou a veracidade dos áudios e afirmou ter cometido “um erro em um momento de empolgação”.

“Não é isso que eu penso. O que eu falei foi um erro em um momento de empolgação. A impressão que está passando aqui é que eu cheguei lá, tinha um monte de gente, e eu falei 'quem quer vir comigo que eu vou comprar alguma coisa'. Não é isso. Eu fui pra fazer uma coisa, mandei um áudio infeliz e a impressão que passou é que fui fazer outra coisa", disse quando chegava ao Brasil no mês passado. 

Ele afirmou que a “missão” que motivou sua viagem foi em um contexto e o áudio que enviou a amigos, assim que saiu da Ucrânia, era em um contexto diferente. “Não foi a melhor das posturas, mas é um áudio privado”, acrescentou.

Próximos passos

Agora, o caso do parlamentar ganhará o plenário da Casa nos próximos dias, ainda em data a ser marcada. Os parlamentares então precisam votar e, com maioria simples, (48 de 94) vão decidir pela cassação do mandato do Mamãe Falei e a perda dos seus direitos políticos. 

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