Representatividade

Conheça Dani Balbi, primeira trans eleita deputada estadual no Rio

Professora recebeu 65.815 votos nas urnas

Dani chega ao Legislativo com a missão de pavimentar o caminho das chamadas pautas de costumes
Dani chega ao Legislativo com a missão de pavimentar o caminho das chamadas pautas de costumes |  Foto: Rede Social
 

Com 65.815 votos, Dani Balbi (PCdoB) conseguiu vencer as eleições e se tornar a primeira deputada transexual da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Com propostas que valorizam a educação e o Sistema Único de Saúde (SUS), Dani contou ao ENFOCO o que a conquista nas urnas significou para ela. 

"Eu estava estava apreensiva por causa da escala do Bolsonaro sobre o Lula, contrariando as pesquisas, mas ao mesmo tempo estava obviamente feliz de constatar que o nosso projeto como deputada estadual estava dando bons resultados. Foi um misto de emoções", afirmou. 

Entre suas propostas, estão a valorização da educação e do Sistema Único de Saúde (SUS)
  

Balbi é a primeira professora trans da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Com 33 anos, ela deu aula de Comunicação e Realidade Brasileira da Escola de Comunicação (ECO) da instituição federal.

Seus projetos incluem, inclusive, a aprovação de cotas nas universidades e concursos públicos para pessoas trans, além da valorização do SUS e a ampliação do ensino médio integral com reformulações, reajustes de salários e planos de carreira que agradem os profissionais da Educação, dentre outras.

Nascida e criada no Engenho da Rainha, bairro da Zona Norte do Rio, ela também atua em frentes da militância feminista antirracista e antiLGBTfóbicas. Em seu currículo, a nova parlamentar ainda acumula as funções de roteirista, professora e doutora em Ciência da Literatura. 

"Para mim, a nossa candidatura se destacou muito por ser um programa muito denso e que se esforça em conhecer a diversidade da realidade étnica, socioeconômica e de gênero do Rio. Temos um compromisso central com a ciência, a tecnologia, a educação pública do nível básico ao superior e a pós-graduação. A candidatura possui um dos programas mais consistentes e mostra com evidência o fato de que uma mulher trans, negra e de origem periféricas tem condições de conhecer o Rio e de fazer uma política com seriedade. É uma proposta à altura a toda a transfobia e LGBTfobia desse país, que mata tantas pessoas trans e travistas", contou. 

Dani foi a 20ª deputada estadual mais bem votada nas eleições de domingo (2). Ela assume seu cargo na Alerj em fereveiro de 2023. Ela também tentou ser deputada estadual em 2018 mas, apesar de ter conseguido mais de 10 mil votos, não foi eleita. 

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