Política

CPI da Alerj escuta famílias de crianças desaparecidas

Publicada às 17h09. Atualizada às 16h19 do dia 2 de julho.

Imagem ilustrativa da imagem CPI da Alerj escuta famílias de crianças desaparecidas
|  Foto: Foto : Karina Cruz
Foram ouvidos, nesta quinta-feira (1º), representantes de alguns movimentos de desaparecidos. Foto: Karina Cruz

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), começará a ouvir, nas próximas reuniões, as famílias dos meninos desaparecidos na Baixada Fluminense, Fernando Henrique, de 11 anos, Alexandre da Silva, de 10, e Lucas Matheus, no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar os casos de desaparecimento de crianças no Estado do Rio de Janeiro. Foram ouvidos, nesta quinta-feira (1º), representantes de alguns movimentos de desaparecidos.

A presidente e fundadora do movimento Mães Virtuosas do Brasil, Luciene Torres, que perdeu sua filha há 11 anos, explicou que a maior dificuldade nas investigações é a falta de um cadastro para pessoas desaparecidas e proatividade por parte dos órgãos responsáveis.

“Hoje temos cadastro para carros roubados e não tem para pessoas. Nós queremos que essa Casa faça valer o direito que minha filha não teve", contou.

O deputado e relator da CPI, Danniel Librelon (Republicanos), destacou que a CPI não será em vão.

“Entendemos que esse assunto precisa ser tratado com maior prioridade. Por vezes, essas mães não têm tido voz. Com agilidade, eficiência e humanização nas investigações, a CPI vai ajudar a trazer as respostas que essas famílias precisam”, disse.

Librelon questionou, entre outras coisas, o apoio psicológico não dado pelo Estado a essas milhares de famílias e defendeu que as mães necessitam de ajuda constante.

“A dor de uma mãe com a perda de um filho é inimaginável, quem fica precisa ser tratado e acompanhado", explicou o parlamentar.

Segundo Helena Elza da Silva, representante do movimento Helays, além da espera longa de 24h para o início das buscas, a investigação depende da própria família e não da polícia.

“Se não conseguimos reunir provas e juntar testemunhas, a investigação praticamente não anda. O desaparecimento precisa ser tratado como crime. Infelizmente temos pouca representatividade, sei que deixei uma página em branco na minha vida”, lamentou a mãe de Maria Heloísa, desaparecida no Morro do Tuiuti, em São Cristóvão, e encontrada sem vida na região de Seropédica tempos depois.

Presidente da CPI se reúne com as mães

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito das Crianças Desaparecidas da Alerj, deputado estadual Alexandre Knoploch (PSL), reuniu-se com integrantes da Polícia Civil, Ministério Público e familiares dos três meninos desaparecidos de Belford Roxo nesta quinta-feira (1º).

O objetivo do encontro foi cobrar o andamento das investigações. O desaparecimento de Fernando Henrique, de 11 anos, Alexandre, de 10, e Lucas Matheus, de 8, completou seis meses.

"O meu papel como presidente da CPI é cobrar que as investigações de casos de desaparecidos sejam feitas da melhor forma possível. Neste caso de Belford Roxo não é diferente. As famílias dessas crianças estão contando com o trabalho do poder público e, segundo me foi passado, há uma nova linha de investigação", explicou Knoploch.

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