Política
'Foi crime', grita vereadora em ato contra homofobia na Câmara de Niterói
Movimentos, lideranças sociais e políticas protestaram, na tarde desta quinta-feira (8), em frente à Câmara de vereadores de Niterói contra o machismo e lesbofobia. O ato acontece após brigas no legislativo envolvendo a vereadora Verônica Lima (PT) e Paulo Eduardo Gomes (Psol), acusado de atos preconceituosos.
A manifestação, organizada pela própria vereadora, contou inclusive com colegas parlamentares do mesmo partido de Paulo Eduardo. A parlamentar alega ter sido agredida com palavras de teor homofóbico. O caso foi parar na Delegacia do Centro (76ª DP), nesta quarta (7).
O protesto contou com cartazes e uma bandeira da comunidade LGBTQIA+ estendida na escadaria da Câmara.
Colega de partido do vereador acusado, Benny Briolly (Psol) se desculpou com Verônica Lima em nome do Psol e disse 'estar indignada'.
"Estou muito revoltada. Estamos juntas para fazer esse enfrentamento, somos vítimas de lgbtfóbicos e estamos encaminhando, no diretório do Psol, providencias efetivas e necessárias para que ninguém seja mais vítima em nome do nosso partido"
A vereadora petista entrou com requerimento na Comissão de Ética da Casa sobre o assunto. A manifestação convocou diversos lideranças LGBTs, movimentos negros, religiosos e da Ordem dos Advogados OAB-RJ. Houve ainda apoio de outros colegas parlamentares da Câmara, como Binho Guimarães (PDT), Renato Cariello (PDT), Andrigo (PDT), Walkíria Nictheroy (PCdoB) e Jonathan Anjos (PDT).
"Sou a primeira mulher negra, lésbica, assumidamente. Sempre fui de Niterói. Não vou aceitar desculpas, porque foi crime e vai de encontro ao que eu luto. Foi hipócrita e não passará"
Conselho de Ética
Verônica Lima (PT) acionou o Conselho de Ética da Casa e vai entrar com uma representação. De acordo com o presidente da Câmara de Niterói, Milton Cal (PP), a representação da petista vai ser aceita e o vereador encaminhará ao Conselho que vai analisar e deliberar sobre o caso. No entanto, há um problema a ser resolvido.
"Eu como presidente da Casa vou receber o pedido e dar andamento ao Conselho para deliberar e analisar o caso, pra saber como vão proceder, isso é procedimento normal. O único imbróglio dessa questão é que o presidente do Conselho de Ética é o próprio Paulo Eduardo. Isso nós vamos ver como vamos fazer, se nomeamos outro. Mas temos que resolver essa questão", explicou Cal, que garantiu que o processo vai seguir na Casa mesmo com o início do recesso parlamentar iniciado nesta quinta-feira (8).
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