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Gabriel Monteiro reúne 7 denúncias em um ano e nenhum processo na câmara
Conselho de Ética vai realizar uma renião para investigar
O Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio vai realizar uma reunião de emergência nesta terça-feira (29) para investigar as denúncias de assédio moral e sexual contra o ex-PM e atual vereador Gabriel Monteiro (sem partido). As acusações vieram ao ar através do programa "Fantástico", exibido no último domingo (27).
Desde 2021, a Câmara de Vereadores já recebeu 7 denúncias contra o vereador, tendo como maioria a forma como ele conduz operações e fiscalizações em órgãos públicos. Até o momento, nenhuma delas gerou um processo ou foi arquivada. As denúncias giram em torno de acusações na forma em que Monteiro se porta de forma ríspida, entrando em departamentos durante a madrugada, acusando e expondo funcionários com falsas acusações enquanto grava tudo para postar em suas redes sociais. Gabriel, em sua defesa, diz que 'só fiscaliza o executivo'.
A primeira vez que o Conselho se reuniu em decorrência dos atos do ex-PM foi em abril de 2021, na mesma sessão em que foi deliberada a exclusão de encargo do então vereador Jairo dos Santos Júnior, conhecido como Doutor Jairinho, acusado de matar o enteado Henry Borel. Com Monteiro, o processo não tramitou tão rápido.
Acusações
O Conselho Regional de Medicina (Cremerj) e a Organização Social Cruz Vermelha do Rio Grande do Sul, denunciam uma vistoria feita pelo vereador no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, Zona Oeste do Rio, entre os dias 6 e 11 de abril em 2020.
A Cremerj ainda acrescentou mais acusações contra Monteiro, referente a uma visita na unidade de tratamento de Covid-19, no dia 26 de março, na Coordenadoria de Emergência Regional (CER), na Zona Sul do Rio. De acordo com denúncias, ele entrou na UTI da unidade sem realizar o processo de descontaminação.
Outra acusação movida pelo Ministério Público do Rio veio depois do vereador entrar em diversos abrigos públicos para menores, durante a noite, e fazer filmagens nas instalações. Ele foi proibido de ter acesso as unidades para crianças e jovens.
A Polícia Militar também acusou Monteiro por não ter devolvido a carteira funcional depois de deixar o cargo de PM para se tornar vereador. Ele alega que o documento foi furtado.
A Uerj, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, foi responsável por mais uma denúncia, após a instituição se ofender por, durante uma entrevista, Monteiro afirmar que viu professores da unidade entrar em salas de aula fumando maconha.
Outra denúncia veio após o vereador comunicar abertamente que daria uma honraria a quem matasse ou prendesse o responsável pela morte de um PM. O Ministério Público considerou a declaração ofensiva.
Ministério Público e Polícia Civil
Gabriel Monteiro também será investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, pelas denúncias de assédio moral e sexual, manipulação de vídeo e exploração de menores para se auto promover. A exploração infantil vai virar alvo de inquérito civil da 2° Promotoria de Justiça Tutela Coletiva da Infância e Juventude, após apurarem se a menina, exposta no vídeo do youtuber, teve seus direitos violados.
A delegada Giselle do Espírito Santo, da Delegacia de atendimento à Mulher (DEAM), de Jacarepaguá, vai notificar Monteiro a depor pela acusação de assédio moral, feita por sua ex-assessora, de 26 anos. Os vereadores não possuem foro privilegiado, então ele pode responder o processo em primeira instância.
Cinco funcionários denunciaram situações de assédio moral e até mesmo sexual, durante entrevistas contam que o ex-PM não permitia que eles tirassem horário de almoço, aparecia com seus órgãos genitais destapados e até mesmo coagia seus subordinados. Monteiro também pedia que os funcionários fizessem carinhos em suas partes íntimas.
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