Conclusão
Inquérito descarta motivação política em morte de tesoureiro do PT
Polícia disse que crime ocorreu por motivos pessoais
Foi descartada pela Polícia Civil do Paraná uma motivação política no assassinato do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Essa foi a conclusão do inquérito divulgado nesta sexta-feira (15).
De acordo com a delegada Camila Cecconello, o autor do crime, Jorge Guaranho, foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e causar perigo comum, já que outras pessoas correram risco no local.
Marcelo Arruda, de 50 anos, foi morto a tiros na própria festa de aniversário no último sábado. O evento tinha como tema o Partido dos Trabalhadores (PT) e o ex-presidente Lula. O agente penitenciário Guaranho também foi alvejado pelo guarda municipal, que também estava armado, e precisou ser internado em um hospital da cidade em estado grave. Ele teve prisão preventiva decretada na segunda-feira (11).
Camila afirmou, durante coletiva de imprensa, para se enquadrar em crime político, tem que enquadrar em alguns requisitos.
"É complicado a gente dizer que esse homicídio ocorreu porque o autor queria impedir os direitos políticos da vítima. Ele tinha a intenção de provocar. E a gente avalia que a escalada da discussão entre os dois fez com que o autor voltasse e praticasse o homicídio. Parece mais uma coisa que se tornou pessoal", disse.
A conclusão do inquérito foi que Guaranho foi até o local do aniversário com o objetivo de fazer uma provocação. Pessoas que estavam no local onde aconteceu o crime, disseram que o policial penal chegou em um carro com a mulher e um bebê. O carro do atirador, inclusive, tocava músicas apoiando o atual presidente Jair Messias Bolsonaro (PL).
Com as provocações, uma discussão foi iniciada e gerou todo um clima de vingança entre os envolvidos. Imagens divulgadas mostraram que Marcelo jogou um punhado de terra contra o veículo de Guaranho e, que segundo relatos, teria atingido sua mulher e filha. Depois da discussão, o policial deixou o local e ameaçou voltar dizendo "isso não vai ficar assim".
A Polícia Civil concluiu, com base nos depoimentos, que o retorno do agente penitenciário ao local do aniversário ocorreu por conta dele ter se sentido humilhado. O porteiro da associação tentou impedir que ele entrasse no local a pedido dos participantes da festa, mas não conseguiu impedir a ira de Jorge.
Apesar disso, segundo a delegada Camila, o policial penal abriu o portão sozinho. Depois, conforme a delegada, as imagens analisadas pela polícia mostram que Marcelo foi avisado que Guaranho entrou, carregou a arma e colocou na cintura. Após, Guaranho estaciona o carro na frente do local, e Marcelo pega a arma. Quando o agente saca seu revólver, a mulher de Marcelo tenta intervir na discussão. Um começa a pedir ao outro para abaixar a arma. Nesse meio tempo, Guaranho efetua o primeiro disparo contra Marcelo e começa o confronto.
A delegada disse que Jorge efetuou quatro disparos, dois quais dois atingiram Marcelo. Já o Guarda Municipal atirou dez vezes já caído, acertando quatro tiros contra o policial. O inquérito aponta que Marcelo tinha se armado para se defender, sabendo do provável retorno de Guaranho.
Um ponto importante destacado na coletiva foi que o a gente penal estava em um churrasco com amigos e já sabia através de testemunhas que existia uma festa temática do PT acontecendo em um local próximo.
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