Projeto de lei

Justiça barra audiência que previa mudanças urbanísticas em Niterói

Câmara lidou com a situação de forma "banal", diz MP

A decisão do Juízo da 9ª Vara Cível da Comarca de Niterói ocorreu em ação cautelar
A decisão do Juízo da 9ª Vara Cível da Comarca de Niterói ocorreu em ação cautelar |  Foto: Arquivo/Karina Cruz
 

Foi barrada, na última sexta-feira (16), a audiência pública da Câmara de Niterói que discutia o projeto de lei envolvendo grandes mudanças urbanísticas na cidade. 

Isso ocorreu após o Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Meio Ambiente de Niterói, obter uma decisão judicial que impedia a audiência sem que houvesse ampla participação popular nas discussões.

Com a decisão em mãos, que tinha efeito de mandado, promotores de Justiça de Niterói foram até a Câmara no início da noite de sexta e conseguiram interromper a audiência, segundo o MP, marcada sem antecedência mínima, sobre o PL 161/2022.

O MP apontou que o projeto de lei envolve questões urbanísticas que trarão impactos significativos em diversos aspectos da vida dos cidadãos ao permitir o aumento do potencial construtivo de imóveis e o consequente adensamento populacional em certas áreas da cidade.

A decisão do Juízo da 9ª Vara Cível da Comarca de Niterói ocorreu em ação cautelar.

"Apesar da importância do Projeto de Lei em questão, não há um só ato de convocação no site oficial da Câmara Municipal, nem nos sites oficiais ou nas redes sociais do Poder Executivo. Para se saber sobre a realização da audiência, o cidadão precisaria ter interesse em visitar as redes sociais da Câmara Municipal", diz a ação.

Conforme o Ministério Público, a Câmara lidou com a situação "como se tratasse de uma discussão banal, além de ter feito isso às vésperas dos períodos de festas de fim de ano, quando a população já se encontra naturalmente desmobilizada". 

Lembrou, ainda, "que no dia anterior, veiculou-se na imprensa a notícia do adiamento das audiências, em matéria onde consta entrevista do presidente da Casa, o que serviria para desmobilizar ainda mais a sociedade".

O promotor de Justiça Leonardo Cuña, ao falar pessoalmente na tribuna, pontuou a ilegalidade da audiência.

"A promotoria foi convidada para esta audiência às 13h de hoje [sexta]. A sociedade foi comunicada pelo Facebook do legislativo. O entendimento do Ministério Público é pela ilegalidade, irregularidade e ilegitimidade da realização desta audiência pública sem a devida publicidade", pontou na ocasião.

Diante dos fatos, o Juízo determinou a suspensão da audiência e a proibição de marcar qualquer outra sobre o mesmo tema sem que tenha havido ampla participação popular por meio de audiências públicas, oficinas e outros instrumentos afins.

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