Crise
Milton Ribeiro é o 5º ministro a cair do MEC; relembre outros nomes
Pasta foi marcada por polêmicas e escândalos
Desde o início da gestão do presidente Jair Bolsonaro, o Ministério da Educação tem sido a pasta com alto índice de rotatividade. Ao todo, cinco nomes já foram indicados para chefiar a pasta, mas apenas três estiveram à frente de um dos ministérios mais importantes do país.
A saída de Milton Ribeiro, que estava no cargo desde julho de 2020, acontece em ano eleitoral, após suspeita de favorecimento a pastores ligados ao presidente Jair Bolsonaro, em distribuição de verbas do MEC.
No ano passado, o próprio ministro já havia sido alvo de polêmica, ao manifestar-se sobre a educação inclusiva, e declarar que "crianças com grau de deficiência atrapalhavam outros alunos em sala de aula".
O secretário-executivo do MEC, Victor Godoy Veiga, é o nome mais cotado para assumir a pasta. Caso seja confirmado, será o sexto indicado pelo presidente.
Quem são:
Ricardo Vélez
O filósofo Ricardo Vélez assumiu o MEC no dia 1º de janeiro de 2019. Ele permaneceu por três meses no cargo e foi demitido quando, na época, criticou a gestão do presidente Bolsonaro.
No período que esteve a frente do MEC, Vélez se envolveu em várias polêmicas. Em uma delas, pediu para que diretores de escolas do Brasil registrassem os alunos cantando o hino nacional. O ex-ministro ainda reiterou que todos deveria recitar o lema adotado por Bolsonaro: "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos".
Abraham Weintraub
Apontado como o ministro mais polêmico do governo Bolsonaro, Weintraub permaneceu à frente da pasta por 14 meses. Deixou o cargo para assumir o posto de diretor do Banco Mundial, no EUA.
Weintraub é alvo de investigação do Supremo Tribunal Federal (STF), por suposto crime de racismo. Seu nome está incluído no inquérito sobre fake news.
Dias antes de deixar o MEC, o ex-ministro chamou alguns membros da corte do STF de "Vagabundos".
Carlos Decotelli
O presidente Jair Bolsonaro demorou 13 dias para anunciar o nome de Carlos Decotelli para assumir a pasta. Nas redes sociais, o chefe do executivo rasgou elogios ao futuro ministro.
Decotelli nem chegou a assumir o cargo. Sua nomeação foi cancelada após denúncias sobre informações mentirosas em seu currículo.
Uma das informações desmentidas sobre ele, era sua formação em doutor pela Universidade de Rosário, Argentina e pós-doutorado pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha. Na ocasião, as duas instituições se manifestaram
A Universidade de Rosário, Franco Bartolacci, afirmou que Decotelli não havia concluído seu doutorado na faculdade, dizendo que sua tese havia sido reprovada.
Já a Universidade de Wuppertal, informou que Decotelli não fez pós-doutorado na instituição.
Renato Feder
Dias após cancelar a nomeação de Decotelli, Bolsonaro anunciou que iria nomear o empresário Renato Feder para o cargo de ministro da Educação. Nas redes sociais, o próprio empresário anunciou que havia recusado a proposta.
"Recebi uma ligação do presidente Jair Bolsonaro me convidando para ser ministro da Educação (…) agradeço ao presidente, por quem tenho grande apreço, mas declino o convite recebido".
Feder foi um dos principais doadores na campanha eleitoral de Bolsonaro em 2018. Na ocasião, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ele tinha doado R$ 12 milhões.
Renato Feder foi secretário de educação no Paraná. Em 2019, foi intimado a depor no Ministério Público do Paraná, sob suspeita de fraude no sistema educacional.
Milton Ribeiro
O professor e pastor Milton Ribeiro foi nomeado no dia 10 de julho de 2020. Milton assumiu a pasta após um mês de polêmicas envolvendo possíveis candidatos. O líder religioso ficou conhecido em 2018, quando declarou que as universidades incentivam sexo “sem limites” por meio do pensamento existencialista. Ele deixou o cargo nesta segunda-feira (28), após entregar carta de demissão e ser exonerado a pedido, depois de escândalos revelarem favorecimentos a pastores a diversos municípios.
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