Elas estão on
O poder é delas: saiba quem são as mulheres na eleição de Niterói
Cidade tem duas pré-candidatas a prefeita e duas a pré-vice
Após o anúncio do nome de Isabel Swan (PV) como pré-candidata a vice-prefeita na chapa de Rodrigo Neves (PDT), aumentou a presença de mulheres nas eleições municipais deste ano em Niterói. Além da atleta, é pré-candidata a vice Alexandra Ferro (PP), dentro da chapa de Carlos Jordy (PL). Já Talíria Petrone (PSOL) e Danielle Bórnia (PSTU) encabeçam as suas chapas como pré-candidatas a prefeita na corrida eleitoral.
Apesar da maioria do eleitorado do município ser feminina (54,19), segundo dados oficiais, Niterói nunca teve uma prefeita ou vice-prefeita. Os números de Niterói acompanham tendência nacional, ou seja, de acordo com o TSE Mulheres, entre 2016 e 2022, o Brasil teve, em média, 52% do eleitorado constituído por mulheres, 33% de candidaturas femininas e 15% de eleitas.
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Para a cientista política Noemi Araujo, existem vários fatores para o aumento da participação feminina na política municipal, no entanto há desafios a serem superados, como a necessidade de garantir o cumprimento das cotas de gênero e acelerar a mudança cultural em direção à igualdade de gênero.
"Sabemos que os desafios para essas candidaturas ainda são maiores e diversos, e essas políticas, como as cotas, têm contribuído para a construção de candidaturas competitivas com reais chances de vitória. As mulheres, de fato, representam parcela significativa da população, entendem suas demandas, geram identificação e aproximação. E os cabeças de chapa reconhecem isso", argumentou Noemi, que é coordenadora do Comité Mulher da Associação de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig).
Quem é Alexandra Ferro
Alexandra Ferro, de 47 anos, casada, mãe de quatro filhos e avó de um neto, é uma figura conhecida em Niterói não apenas por sua rotina como gari, mas também por seu trabalho como missionária em uma igreja evangélica. Nas eleições de 2020, Ferro concorreu ao cargo de vereadora pelo Cidadania e recebeu 741 votos.
Não é apenas a representatividade, mas a resiliência de cada uma através de sua força política.
Ferro destaca ainda a importância de uma representação que reflita a diversidade e as necessidades reais da comunidade.
"A mulher de Niterói precisa ter alguém que fale por ela, que seja a voz que ela não tem tido. Quase nada mudou até hoje através do poder público de Niterói. Com uma mulher no poder, existe uma maior probabilidade de mais verbas para a educação e saúde, que são as áreas mais carentes da nossa cidade", argumentou a pré-candidata.
Quem é Isabel Swan
Isabel Swan, de 40 anos, é uma atleta olímpica renomada e agora também uma figura emergente na política. Neste ano ela se prepara para sua terceira participação nos Jogos Olímpicos, que ocorrerão em Paris, no próximo mês de julho, e faz sua estreia no cenário político de Niterói, integrando uma das principais chapas eleitorais, ao lado do ex-prefeito, Rodrigo Neves.
Formada em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Isabel ampliou sua formação acadêmica com um mestrado na Alemanha e um MBA em Gestão pelo IBMEC. Em 2008, durante os Jogos Olímpicos de Pequim, ela conquistou a primeira medalha feminina do Brasil na vela.
Swam também foi vice-presidente do Projeto Grael e presidiu a Comissão Panamericana de Atletas. Sua atuação no Comitê Olímpico Brasileiro incluiu a coordenação de iniciativas para promover a igualdade e a participação feminina no esporte.
Solteira, Isabel Swan segue conciliando suas atividades esportivas com sua crescente atuação na política. Devido aos intensos treinamentos para a competição, Swan não pode dar entrevista ao ENFOCO para comentar o novo desafio em sua vida.
Pré- candidatas a prefeita
A trajetória de Talíria Petrone, 39 anos, como mulher negra e ativista social, influenciou sua decisão de concorrer à Prefeitura, destacando a importância de uma liderança que represente e defenda os direitos das mulheres.
Quem ouve, governa melhor!
Faltando representatividade feminina na política de Niterói, Talíria Petrone destaca a diferença entre a representação feminina na população e sua presença nos cargos políticos. Segundo a deputada federal, a falta de representatividade tem impactos diretos na vida cotidiana das mulheres niteroienses, evidenciando a urgência de uma mudança nesse cenário.
"Niterói é a cidade do Rio de Janeiro com o maior número de mulheres. Ao mesmo tempo, nunca teve uma prefeita mulher (...) Não há democracia sem mulheres na política. É muito importante ter cada vez mais mulheres na política, inclusive, eu saúdo os meus adversários que fizeram escolhas de vices mulheres. Mas Niterói precisa muito mais do que uma vice mulher", argumentou a pré-candidata, que é solteira, tem dois filhos e é professora.
A também professora Danielle Bornia, pré-candidata à prefeitura de Niterói pelo PSTU, destaca outras questões. "Minha pré-candidatura é revolucionária, socialista, nos propomos a apoiar todas as lutas e somos oposição a todos os governos", diz.
Solteira e com 43 anos, Danielle vê sua candidatura como um passo necessário para enfrentar as injustiças estruturais e promover mudanças significativas.
As mulheres negras que tem seus filhos assassinados pela polícia, só tem suas vozes ouvidas quando organizam sua comunidade para protestar.
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